O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) da União Africana (UA) apelou ao apoio internacional para combater os surtos de cólera em Moçambique e no Malaui.
O director em exercício do CDC, Ahmed Ogwell, disse em conferência de imprensa em Addis Abeba que “as infraestruturas sanitárias e sociais de Moçambique e do Malaui foram danificadas".
“Apelamos a todos aqueles que têm a capacidade de ajudar a cooperar com estes países para restabelecer a normalidade”, acrescentou Ogwell que pediu uma abordagem humanitária”, nomeadamente no fornecimento de água potável, a eliminação adequada de resíduos humanos e comunicações inter-regionais, entre outras medidas urgentes.
O Governo moçambicano e a Organização Mundial de Saúde (OMS) iniciaram na quinta-feira, 30, a implantação de postos de reidratação e de vacinação contra a cólera nos distritos de Manica, a província mais recente a ser atingida por um surto de cólera que já afectou mais de 10.000 pessoas e matou outras 59, a maioria homens, desde Setembro de 2022 no país.
Moçambique sofre com diversos surtos de cólera que já afectam várias regiões, com casos confirmados em 35 distritos de sete províncias, onde os casos triplicaram desde Fevereiro, agravados com a passagem do ciclone Freddy.
As províncias da Zambézia e Tete, que fazem fronteira com o Malawi, o país da região Austral de Africa que está a enfrentar o surto de cólera mais mortal da sua história, são igualmente as mais atingidas, sendo que a província de Manica é a mais recente a ser afectada com a propagação da doença.
Manica iniciou a imunização de 300 mil pessoas até 5 de Abril para controlar a cólera e introduziu postos de reidratação nos subúrbios da capital, para evitar que as pessoas cheguem em situação grave nos centros de tratamentos da doença.
O secretario de Estado em Manica, Dick Cassotche, que considera a cólera uma ameaça publica, observa ser imperativo reforçar a vigilância da doença, com medidas de prevenção e controlo, tratamento e sensibilização da população para acabar com a propagação.