Militares dos Estados Unidos dizem que um caça russo colidiu nesta terça-feira, 14, com um drone americano de inteligência, vigilância e reconhecimento que operava no espaço aéreo internacional sobre o Mar Negro, causando a queda do drone.
Um oficial militar americano disse à VOA que o MQ-9 não tripulado dos EUA ainda não foi recuperado.
O Ministério da Defesa da Rússia responsabilizou o drone pelo acidente e disse que os seus jatos Su-27 não entraram em contacto com a aeronave americana.
O porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, disse que os Estados Unidos vão convocar o embaixador russo em Washington para se pronunciar sobre o incidente.
“Estamos a conversar directamente com os russos, novamente em níveis superiores, para transmitir a nossa forte objecção a essa interceptação insegura e não profissional, que causou a queda da aeronave não tripulada dos EUA”, adiantou Price, quem acrescentou que a embaixadora americana em Moscovo, Lynne Tracy, “transmitiu uma forte mensagem ao Ministério das Relações Exteriores da Rússia”.
Biden informado
O Presidente Joe Biden foi informado sobre o incidente, de acordo com o porta-voz da Casa Branca, John Kirby.
Em resposta a uma pergunta da VOA, Kirby disse que "se a mensagem [da Rússia] é que eles querem nos impedir ou nos dissuadir de voar e operar no espaço aéreo internacional sobre o Mar Negro, então essa mensagem falhará porque isso não vai acontecer".
O porta-voz assegurou que os Estados Unidos vão "voar e operar no espaço aéreo internacional em águas internacionais, o Mar Negro não pertence a nenhuma nação e vamos continuar a fazer o que for necessário para oa nossos próprios interesses de segurança nacional naquela parte do mundo".
O Comando Europeu dos EUA (EUCOM), que supervisiona as operações militares do país na Europa, informou que duas aeronaves russas Su-27 “despejaram combustível e voaram na frente do MQ-9 de forma imprudente, ambientalmente insalubre e pouco profissional”.
“Uma das aeronaves russas Su-27 atingiu a hélice do MQ-9, fazendo com que as forças dos EUA tivessem que derrubar o MQ-9 em águas internacionais e sste incidente demonstra falta de competência, além de ser inseguro e pouco profissional”, acrescentou o EUCOM.
Por seu lado, em comunicado enviado à imprensa, o general da Força Aérea James B. Hecker, comandante das Forças Aéreas dos EUA na Europa e nas Forças Aéreas da África, informou que a colisão “quase causou a queda de ambas as aeronaves”.
O porta-voz do Pentágono, brigadeiro general Pat Ryder , disse que a aeronave russa provavelmente também sofreu danos durante a colisão.
A interceptação durou cerca de 30 a 40 minutos antes da colisão, de acordo com Ryder.
O EUCOM pediu às forças russas que actuem “de forma profissional e segura” e alertou que esses actos são “perigosos e podem levar a erros de cálculo e a uma escalada não intencional”.