“Caso Embraer” remetido ao tribunal de Maputo

Embraer

Arguidos acusados dos crimes de “participação económica em negócios e branqueamento de capitais”.

O Gabinete Central de Combate à Corrupção de Moçambique (GCCC) remeteu ao tribunal o processo em que acusa o antigo ministro dos Transportes e Comunicações Paulo Zucula, o antigo presidente das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) José Viegas e ex-gestor da empresa norte-americana General Electrics no país de corrupção.

Em nota enviada nesta terça-feira, 9, às redacções ,o GCCC afirma que finda a instrução preparatória os arguidos foram acusados pela prática dos crimes de “participação económica em negócios e branqueamento de capitais”.

Eles são acusados de concertar, entre os anos 2008 e 2009, com a fabricante brasileira Embraer, um esquema de corrupção que consistiu na sobrefacturação do preço de duas aeronaves para beneficiarem de pagamento de luvas.

O preço de cada aeronave passou de 32 milhões para 32 690 mil dólares, para não comprometer os lucros da Embraer e garantir os 800 mil dólares de comissão.

Para facilitar as transferências do dinheiro de comissão, o “intermediário” Mateus Zimba terá criado, em São Tomé e Príncipe, uma sociedade denominada Xihivele.

”Da instrução preparatória concluiu-se também não haver elementos suficientes que provam o uso indevido de fundos públicos na LAM,SA, provenientes da venda e aluguer de duas aeronaves Bombardier Dash 8 Series Q400, o que ditou o arquivamento do processo no que respeita a esta matéria”, explica a nota.

O processo é remetido ao tribunal um mês depois da detenção dos três arguidos, que mais tarde viriam a beneficiar de liberdade provisória mediante pagamento de caução, fixada em 3.5 milhões de meticais para José Viegas, cinco milhões de meticais para Paulo Zucula e seis milhões de meticais para Mateus Zimba.


Veja também:

Há grandes desafios na luta contra a corrupção, dizem analistas