Partidários do MPLA e CASA-CE estiveram envolvidos num intenso debate sobre a nomeação de Isabel dos Santos para presidência do Conselho de Administração da Sonangol que terminou com trocas de acusações sobre a falta de moralidade dos intervenientes.
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Em mais uma realização do Centro de Integridade Pública (CIP) no espaço Turbilhão da Sociedade nas redes sociais, Aniceto Cunha, sociólogo ligado ao partido no poder, e David Kissadila, pela CASA-CE, travaram-se de razões para saber se deve ou não a filha do Presidente da República abandonar a gestão da maior empresa pública do país.
Para o partidário da coligação David Kissadila, Isabel dos Santos devia antes de assumir a petrolífera angolana declarar todos os seus bens, como manda a lei da probidade pública.
''Pela lei da probidade pública todo cidadão que assumir função de destaque de direcção deve primeiro declarar todos os seus bens, esse é o principal motivo do imbróglio na nomeação de Isabel dos Santos para a Sonangol, ela não declarou os seus bens'', disse Kissadila.
Aniceto Cunha, ligado ao MPLA, tem outra posição e defende que Isabel Dos Santos não deve ser prejudicada só pelo facto de ser filha de quem é.
''A cidadã Isabel dos Santos em nenhum momento deve ser prejudicada pelo facto de ser filha de José Eduardo dos Santos presidente da república'', defendeu.
Cunha considerou que tanto os advogados que recentemente solicitaram uma providência cautelar contra a nomeaçã como o grupo de cidadãos que tentaram se manifestar, com realce para Marcolino Moco, são mercenários e frustrados.
''Todos esses advogados acumulam frustrações e insucessos e são mercenáros por causa do dinheiro que envolve a sua actividade”, acusou,
E continuou: "Marcolino Moco, que até já foi meu dirigente, a sede de poder ainda não acabou''.
Já David Kissadila, especialista em gestão de políticas públicas, chamou alguns dos advogados e outras figuras que defendem Isabel dos Santos de bajuladores.
''Nós temos um problema sério com os nossos advogados, uns são bajuladores que só defendem Isabel para não perderem o pão”, disse.
Aí o debate subiu de tom, com insultos de parte a parte.
''Não podemos ser moralistas sem moral e o mais velho David Kissadila não é um bom exemplo para dar moral nem tem autoridade nem sobre mim nem sobre outros jovens que querem ser políticos”, atirou Aniceto Cunha.
Kissadila, por seu lado, acusou Cunha de “agir emocionalmente porque não me conhece para aferir a minha conduta moral, é um discurso baixo e deve ser humilde para saber ouvir os mais velhos e aprender com eles ao invés de estar com ataques".