A CASA-CE recusou reconhecer os resultados provisórios divulgados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) por considerar que não têm valor e alertou a opinião pública nacional e internacional para o que considera ter sido um processo que "que respeitou a lei".
“Tudo o que resulta de uma violação da lei, é inválido. Esses dados não têm qualquer valor. Agora, o problema da sua impugnação, por ora o que estamos a fazer é alertar a opinião pública nacional e internacional. O que vier depois, na devida altura nos pronunciaremos. Mas a verdade é que não nos vamos deixar enganar", disse em conferência de imprensa em Luanda nesta sexta-feira, 25, o número dois da coligação André Mendes de Carvalho.
Para o general “Miau”, depois de a CNE não respeitar a lei, “não podemos de maneira nenhuma validar esses resultados", porque "teríamos de estar presentes e assistir e verificar se as fontes de onde a CNE está a extrair esses dados são legais".
Ela garantiu que os dados que a CASA-CE possui, por meio de actas-síntese assinadas por todos os delegados de lista, presidentes de mesa e assembleias, apontam para a UNITA e CASA-CE nos lugares cimeiros e o MPLA em terceiro lugar.
O candidato a vice-presidente da República pela coligação pergunta se as províncias não facultaram quaisquer dados, “como é que a CNE produziu esses resultados [em Luanda] e lembrou que os mandatários provinciais da CASA-CE “não foram convocados a participar em nenhum evento desse tipo".
A terceira força política mais votada na eleição de quarta-feira, 23, segundo a CNE, com 16 deputados eleitos, prometeu para breve uma posição formal da CASA-CE sobre as eleições e os resultados.
Dados da CNE
De acordo com a CNE, o MPLA conquistou 61,82 por cento dos 7.007.695 votos já contabilizados, o que representa uma participação de 76,57 por cento do eleitorado.
Desta forma, o MPLA consegue a maioria qualificada ao obter 150 deputados, ou seja, mais de dois terços dos parlamentares.
A UNITA, com 26,71 por cento, terá 51 deputados e a CASA-CE, com 9,46 por cento, coloca 16 candidatos na Assembleia Nacional.
O PRS, com dois deputados (1,33 por cento ), e a FNLA, com um parlamentar apenas (0,90 por cento), completam o quadro.