A CASA-CE promete uma medida política para contrapor resultados encontrados por via de actos ilegais nas eleições do passado dia 23 em Angola, enquanto certos segmentos da sociedade civil sugerem manifestações pelas ruas do país para exigir justiça.
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Os números definitivos do círculo eleitoral de Benguela, apresentados na quarta-feira, 30, após denúncia de comissários que lamentavam a falta de escrutínio, adensou a insatisfação da única coligação concorrente.
“O MPLA obteve 388.319 votos, correspondentes a 4 deputados à Assembleia Nacional’’, indica a Comissão Provincial Eleitoral (CPE).
Os resultados colidem com a calculadora da CASA-CE, segundo a sua mandatária, Maria Luísa, que reagia ao pronunciamento de José de Jesus, presidente da CPE.
A sua contagem paralela indica três deputados para o MPLA e dois para UNITA e a CASA-CE.
“Foi feito o escrutínio apenas porque os comissários reclamaram, mas nem com isso os resultados batem certo. Tem graça que a contagem da CASA e da UNITA dão o mesmo resultado, só o da CPE não bate certo. Portanto, não nos revemos, daí a tomada de uma decisão política’’, sustenta a mandatária.
Um sentimento que contrasta com o de Deolinda Valiangula, 1ª secretária do MPLA no município do Bocoio, única mulher eleita.
“O MPLA só ganhou porque sempre andou com o povo. Está em condições de continuar a governar, por isso vamos fazer com todos os cidadãos se sintam bem’’, promete a futura deputada.
Com um deputado eleito, a UNITA, por intermédio de Augusto Neleho, prefere sublinhar os frutos da pressão que visou realizar o escrutínio.
“Estavam a faltar, efectivamente, as actas-síntese, a verificação das actas de reclamações e os escrutínios. São aspectos que nos levaram a exigir um pouco mais’’, sustenta Neleho, satisfeito com o ‘’processo democrático’’.
Refira-se que MPLA, FNLA, PRS e APN aceitam os resultados de um círculo eleitoral com 631.624 votos válidos, num total de 839.987 eleitores registados.