Casa-CE diz que sentença contra os 17 activistas está "mais do que nunca encomendada”

Abel Chivukuvuku

Coligação reage à absolvição do soldado que confessou ter morto o seu militante Manuel Hilbert Ganga.

A Casa-Ce já reagiu à absolvição do soldado da Guarda Presidencial angolana que confessou ter assassinado o militante opositor Manuel Hilbert Ganga a 23 de Novembro de 2013.

“A decisão política do juiz da causa prova mais uma vez a influência política sobre os tribunais, o proteccionismo, imoralidade e a falta de sensibilidade para com a vida dos cidadãos e, ao contrário enaltece os actos ilegais perpetrados por indivíduos adstritos ao círculo presidencial”, diz um comunicado da Casa-CE que critica o facto de o juiz ter citado o agente Desidério Patrício Barros como “tendo prestado serviço relevante à Pátria.

O Conselho Presidencial da Casa-CE considera que, “tanto o Tribunal quanto as forças de segurança pactuaram pelas mesmas condutas indecorosas, manifestas de autêntica intolerância política e que só incitam a violência”.

A coligação presidida por Abel Chivukuvuku assegura que “não baixou os braços e promete accionar todos os mecanismos ao seu alcance”

Em face deste “triste acontecimento”, a Casa-CE dize manifestar “a sua profunda indignação e preocupação pelo desenvolvimento do processo quão viciado do Caso 15+2 cuja sentença, pelo cenário observado na manhã do dia 26 de Novembro, no Tribunal Dona Ana Joaquina, está mais do que nunca encomendada”.

Manuel Hilbert Ganga foi assassinado a tiros pelo soldado da Guarda Presidencial angolana quando afixava panfletos nas imediações do Estado da Cidadela, em Luanda, a propósito dos activistas assassinados pelos serviços secretos angolanos Isaías Cassule e Alves Kamulingue.

No acórdão de ontem, o juiz absolveu o réu Desidério Patrício Barros por estar em cumprimento da sua missão em virtude de os cartazes afixados por Ganga serem “ofensivos ao Presidente da República”.