Casa Branca divulga estratégia nacional de segurança que considera China principal ameaça à ordem mundial

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Presidente americano, Joe Biden

Mesmo após a invasão da Ucrânia pela Rússia, a China continua a representar o desafio mais importante para a ordem global

A Administração dos Estados Unidos lançou nesta quarta-feira, 12, uma nova estratégia de segurança nacional que visa combater a ascensão da China, ao mesmo tempo que enfatiza a importância de trabalhar com aliados para enfrentar os desafios que se colocam às democracias.

O documento de 48 páginas, cujo lançamento foi adiado devido à guerra na Ucrânia, não inclui, no entanto, grandes mudanças no pensamento político americano, nem introduz novas doutrinas importantes para a política externa de Biden.

Em vez disso, destaca a visão da Casa Branca que a liderança dos Estados Unidos é a chave para superar ameaças globais, como as mudanças climáticas e a ascensão de regimes autoritários.

Mesmo após a invasão da Ucrânia pela Rússia, a China continua a representar o desafio mais importante para a ordem global, de acordo com a nova política de segurança.

Washington pretende vencer a corrida armamentista e económica com a superpotência se quiser manter a sua influência em todo o mundo, segundo o documento.

“A República Popular da China abriga a intenção e, cada vez mais, a capacidade de reformular a ordem internacional a favor de uma que incline o campo de jogo global em seu benefício, mesmo que os Estados Unidos continuem comprometidos em administrar a competição entre nossos países com responsabilidade", afirmou o Conselheiro de Segurança Nacional Jake Sullivan, numa antevisão da apresentação do documento.

Sullivan acrescentou que os Estados Unidos devem administrar o relacionamento com a China, enquanto lidam com um conjunto de problemas transnacionais que afectam pessoas em todos os lugares, como mudanças climáticas, insegurança alimentar, doenças transmissíveis, terrorismo, transição energética e inflação.

Entretanto, analistas políticos avisam que o Presidente Joe Biden precisa resolver alguns temas importantes no campo da política externa, incluindo tarifas sobre produtos chineses determinadas pelo seu antecessor, Donald Trump, que custaram bilhões de dólaress aos importadores americanos.

Ele enfrenta, por outro lado, novos desafios apresentados pelas acções da Rússia, as relações tensas com a Arábia Saudita, um longa aliada americana, e ainda a dependência da Índia da energia russa.

Jake Sullivan deu voz aos comentários de Biden no início da semana ao admitir que os Washington admite "reavaliar " o seu relacionamento com a Arábia Saudita depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo anunciou, na semana passada, a redução da produção de petróleo mesmo com as objecções dos Estados Unidos.

O documento com a estratégia de segurança nacional deve ser enviado ao Congresso ao mesmo tempo em que apresenta a sua proposta de orçamento.

Sullivan concluiu dizendo que essa política apresenta elementos-chave da abordagem americana, ao enfatisar a importância dos aliados, defender os países democráticos e fortalecer as democracias e valores democráticos.