O porta-voz da segurança nacional da Casa Branca alertou que Israel e os seus aliados devem estar preparados para “o que poderá ser um conjunto significativo de ataques” do Irão já “nesta semana” .
John Kirby reconheceu que, no caso de um ataque, "tal poderá decerto produzir um impacto nas discussões" previstas para quinta-feira sobre um cessar-fogo na Faixa de Gaza, que implicaria a libertação dos reféns israelitas ainda detidos no enclave.
Ele deixou este aviso um dia depois de o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, ter ordenado o USS Georgia, um submarino de mísseis guiados, para o Médio Oriente e ao grupo de ataque do porta-aviões USS Abraham Lincoln para acelerar a sua viagem para a região.
Questionado se o anúncio do submarino era uma mensagem para o Irão, o secretário de imprensa do Pentágono, major-general Pat Ryder, disse: “Absolutamente”.
“Estamos a tentar enviar uma mensagem de que estamos a procurar acalmar a situação, de que procuramos ter capacidades na região para proteger as nossas forças e, ao mesmo tempo, apoiar a defesa de Israel”, acrescentou Ryder aos jornalistas no Pentágono nesta segunda-feira, 12.
Barbara Starr, investigadora sénior de comunicação e políticas da Universidade do Sul da Califórnia, classificou a mensagem como uma “indicação importante” porque os submarinos não são utilizados para ataques preventivos.
“EUA querem realmente garantir que o Irão sabe que está lá e pronto para atacar em defesa de Israel”, escreveu ela no X, antigo Twitter, em resposta à VOA.
Também nesta segunda-feira, 12, o Presidente Joe Biden falou com os dirigentes do Reino Unido, França, Alemanha e Itália sobre a escalada das tensões no Médio Oriente.
Numa declaração conjunta, aqueles dirigentes manifestaram “total apoio” aos esforços para alcançar um cessar-fogo e um acordo de libertação de reféns em Gaza.
Eles disseram que isso incluía o apelo de Biden e dos líderes do Egito e do Qatar para renovar as negociações ainda esta semana.
Aqueles manifestaram ainda apoio à defesa de Israel contra os ataques iranianos e os ataques de grupos terroristas apoiados pelo Irão, apelando ao Irão para “renunciar” enquanto discutiam “sérias consequências para a segurança regional” caso ocorresse um ataque.
As autoridades de defesa dos EUA, que falaram à VOA sob anonimato, disseram que as tropas e armas iranianas têm vindo a mudar para posições de ataque.
As autoridades de defesa dos EUA viram movimentos de tropas semelhantes antes do primeiro ataque militar directo do Irão contra Israel em Abril, no qual Teerão lançou mais de 300 drones e mísseis.
Apenas um pequeno número de armas iranianas atingiu os alvos israelitas, causando ferimentos e danos ligeiros.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse ter falado com Austin para se preparar para um possível ataque militar em grande escala an Israel.