Apesar da ameaça do vírus zika, cerca de 80 por cento dos hotéis nas cinco maiores capitais brasileiras estão ocupados pelos foliões, na sua maioria por turistas.
A estimativa é do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) que diz que que neste Carnaval os estrangeiros aumentaramm mesmo a sua presença no país.
Your browser doesn’t support HTML5
O alto risco de contrair hoje no Brasil alguma doença causada pelo mosquito aedes aegypti, como a zika e a dengue, não preocupa os turistas.
As tradicionais capitais brasileiras da folia estão cheias de turistas locais e estrangeiros.
A procura tem sido grande principalmente nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Ceará e Pernambuco.
Cerca de 80 por cento dos hotéis nas capitais desses cinco estados estão ocupados pelos foliões.
Em Fortaleza, capital do Ceará, quase 100 por cento da rede hoteleira está ocupada.
De cada 10 turistas, quatro são estrangeiros, a maioria de Portugal.
Também no nordeste brasileiro, em Recife, capital de Pernambuco, a procura maior é dos argentinos, com 30 por cento das reservas no balneário de Porto de Galinhas.
Em entrevista ao programa radiofónico “A Voz do Brasil”, o presidente da Embratur, Vinicius Lummertz explica os motivos da alta do turismo neste Carnaval.
“Porque o câmbio é favorável, então o câmbio mais promoção, mais a tradição do Carnaval dentro do verão brasileiro é um conjunto de componentes que há muito tempo que não acontecia no Brasil, câmbio barato, viajantes externos vindo para o Brasil, do exterior pra cá, brasileiros viajando internamente e um verão forte, um verão robusto, com muita conectividade aérea, mais voos pelos países vizinhos e reforçando a recuperação da Europa, os portugueses, espanhóis, italianos vindo ao Nordeste que também fazia tempo que não vinham e ficou mais barato e a economia nesses países melhorou”, disse.
No Rio de Janeiro, cidade-sede das Olímpíadas, cerca de um milhão de turistas caem na folia.
O tradicional desfile do Cordão da Bola Preta no fim de semana reuniu exactamente esse grande número de foliões, conforme a polícia.
O empresário Claudio Santos, presidente de uma rede hoteleira, afirma que o movimento está maior do que no ano passado.
“Nós trabalhamos normalmente com cerca de 80 por cento do mercado internacional, com peso muito grande Estados Unidos e Europa. E nesse Carnaval o peso dos clientes estrangeiros subiu um pouco, nós vamos ter aqui no hotel do Rio cerca de 93 por cento de estrangeiros, o hotel está ainda mais internacional do que habitualmente”, ressaltou.
A brasileira Aline Cury mora há 10 anos nos Estados Unidos.
Ela optou por retornar ao Brasil neste Carnaval por causa das vantagens financeiras.
“Facilitou bastante a nossa vinda, fica bem mais em conta, o preço fica bem melhor pelas passagens, pelo hotel. Estamos super animados”, explicou.
A câmara municipal do Rio de Janeiro estima que os turistas brasileiros e estrangeiros gastem cerca de 3 mil milhões de reais na cidade nos cinco dias de folia, movimentando mais de 50 sectores da economia.
Por causa dos Jogos Olímpicos, a capital fluminense duplicou a quantidade de camas em hotéis devido aos incentivos financeiros.