Carlos Vila Nova tomou posse como Presidente de São Tomé e Príncipe neste sábado, 2, prometendo estabelecer pontes para a união do país.
No discurso no Parlamento, ante cerca de três dezenas de convidados, Vila Nova manifestou "total disponibilidade para a construção de um diálogo permanente e inclusivo, onde possa ser dito e discutido descomplexadamente tudo o que interessa à nação, às suas gentes e às causas" do país.
Ao assumir-se “doravante Presidente de todos os são-tomenses”, ele apelou à inclusão das forças políticas, económicas e sociais, mas destacou que “têm igualmente de tomar assento neste diálogo, a juventude são-tomense, as raparigas e os rapazes deste país, porque o tempo é deles".
Antigo ministro dos governos da Acção Democrática Independente (ADI) e militante do partido até antes da campanha eleitoral, o novo Chefe de Estado lembrou que, passado o período eleitoral, não importa o sentido de voto de cada cidadão.
“O que importa agora é que se estabeleçam pontes e que se destruam os muros que nos separam e, enfim, que a nação se una. Unidos seremos sempre mais fortes e evitaremos os desperdícios da divisão".
O novo Chefe de Estado de São Tomé e Príncipe prestou juramento ante o presidente da Assembleia Nacional, Delfim Neves, que foi o terceiro candidato presidencial mais votado e que pediu a recontagem dos votos na primeira volta, facto que esteve na origem de uma crise no Tribunal Constitucional e obrigou ao adiamento da segunda volta.
Ele subsitui no Palácio Presidente Evaristo Carvalho, que não concorreu a um segundo mandato.
Além de políticos, representantes das forças vivas e de diversos sectores do país e muitos convidados, estiveram presentes na cerimónia de posse os Presidentes da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, e de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, o vice-presidente de Angola, Bornito de Sousa, e o ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, Rui Figueiredo Soares.
O Presidente
Carlos Manuel Vila Nova nasceu no norte da ilha de São Tomé em 1956 e licenciou-se em, engenharia de telecomunicações, em 1985, pela Universidade de Orã, na Argélia, em 1985.
De regresso ao país, entrou para a Administração Pública e a partir de 1988 abraçou a função de gestor hoteleiro.
Em 1997, fundou a agência de viagens e turismo, Mistral Voyages.
No ano de 2010, Carlos Vila Nova aderiu à ADI, liderada por Patrice Trovoada, que o nomeou ministro das Obras Públicas.
Em 2014, assumiu a pasta das Infra-estruturas, Recursos Naturais e Ambiente e em 2018 foi eleito deputado.
Candidato apoiado pela ADI, ganhou a primeira volta das Presidenciais entre mais 18 concorrentes e na segunda volta venceu Guilherme Posser da Costa, apoiado pela coligação governamental, liderada pelo MLSTP/PSD.
Casado e pai de duas filhas, Carlos Vila Nova é o quinto Presidente na história do país.