O estado de saúde do empresário angolano Carlos São Vicente a cumprir uma pena de prisão em Luanda é “preocupante” e corre agora o risco de morte, disse a companhia de advogados que o representa, Zimeray & Finelle.
Os advogados pediram agora a libertação do empresário por razões humanitárias.
Carlos São Vicente foi condenado a 10 anos de prisão e em junho deste ano cumpriu metade da pena pelo que, “de acordo com a lei angolana, tal deveria ter conduzido à libertação de um homem de 64 anos, com quatro doenças crónicas permanentes e que não representa qualquer tipo de perigo susceptível de afetar a ordem jurídica ou paz social”, disseram os advogados.
Veja Também Governo angolano vai vender parte das ações de Carlos São Vicente no Standard Bank de AngolaNum comunicado, afirmam que “o Ministério da Administração Interna angolano continua a recusar-se ativamente a fazer avançar o processo de libertação e a informar os advogados do Sr. São Vicente, apesar dos seus repetidos pedidos de informação, sobre as razões de tal bloqueio inexplicável”.
Zimeray & Finelle acusa ainda as autoridades de ignorarem ou adiarem “repetidos pedidos de tratamento médico”.
“A sua condição médica tornou-se agora profundamente preocupante, expondo-o a graves consequências”, continua o comunicado que acrescenta que a situação de saúde de Carlos São Vicente, “conjugada com uma detenção prolongada e injustificada, expõe-no a um risco direto de morte”.
Os advogados afirmam que “se não por motivos legais, o Sr. São Vicente deve ser libertado imediatamente por razões humanitárias”.
Não houve até agora reação por parte das autoridades angolanas.
O caso
Carlos São Vicente foi condenado em março de 2022 a nove anos de prisão pelos crimes de peculato, fraude fiscal e branqueamento de capitais e ao pagamento de uma indemnização de 500 milhões de dólares.
Veja Também Advogados de São Vicente acusam Angola de "desprezar" a ONUOs seus advogados mantêm que ele foi “arbitrariamente condenado por decisão condenatória ilegal e infundada”.
Um grupo de trabalho do Alto Comissariados das Nações Unidas para os Direitos Humanos concluiu que a detenção do empresário angolano foi arbitrária e uma violação do direito a um julgamento justo.