Entre 40 a 50 estrangeiros poderão ter sido mortos numa emboscada de rebeldes islâmicos a uma coluna de veículos que tentavam fugir dos arredores da cidade de Palma atacada na quarta-feira, disseram fontes envolvidas no empreendimento de exploração de gás ao largo da província moçambicana de Cabo Delgado.
Outras ligadas ao sistema de segurança disseram que pânico, falta de coordenação e uma decisão “tonta” levaram ao “desastre total” quando rebeldes emboscaram uma coluna de 17 veículos que tentavam fugir de um “acampamento” perto da cidade de Palma na província nortenha de Cabo Delgado atacada por rebeldes islâmicos.
Veja Também Moçambicanos e ucranianos vão substituir sul-africanos na guerra em Cabo DelgadoOs números indicados e a actual situação permanecem impossível de confirmar porque as autoridades moçambicanas não fazem qualquer comentário e proibem a ida de jornalistas independentes à zona.
O ataque a Palma ocorreu na Quarta-feira e desde então centenas de pessoas, incluindo estrangeiros, encontravam-se encurralados num hotel em Amarula situado fora da cidade de Palma.
Segundo essas fontes quando os ataques se iniciaram helicópteros da companhia sul-africana DAG estavam dispostos a fornecer cobertura aérea a uma coluna de veículos com pessoas encurraladas e a quem tinha sido prometido que embarcações se encontravam já na praia à espera de evacuar os refugiados.
Veja Também Relatos de mortos em três dias de combate em Palma, na província de Cabo DelgadoContudo os helicópteros verificaram na sexta-feira que nenhuma embarcação se encontrava no local pelo que foi aconselhado que todos permanecessem no local onde se encontravam, Amarula, descrito como um “acampamento” para trabalhadores envolvidos no projecto de exploração de gás.
Foi então tomada a decisão “muito tonta de quererem fugir do acampamento”.
“Era uma garantia quase que absoluta que se tentassem sair do acampamento iriam ser emboscados”, disseram essas fontes que frisaram que rebeldes tinham atacado um outro “acampamento” a escassas centenas de metros de Amarula.
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Uma coluna de 17 veículos deixou o local na sexta-feira em direcção à praia e foram emboscados. Dos 17 veículos apenas sete chegaram ao seu destino e houve várias vitimas entre os estrangeiros naquilo que foi descrito “um desastre completo”.
Uma fonte disse que nos sete veículos que conseguiram chegar à praia “houve sete mortos confirmados” com alguns feridos.
“Os outros dez veículos nunca conseguiram chegar e presume-se que todos tenham morrido”, disse uma das duas fontes a que a VOA teve acesso.
“Isso é provavelmente entre 40 a 50 expatriados”, acrescentou.
Embarcações que teriam tentado aproximar-se da costa teriam sido atacadas com fogo de metralhadoras e morteiro.
A agência noticiosa AFP havia noticiado que mais de 180 pessoas, incluindo trabalhadores expatriados, encontravam-se encurraladas dentro de um hotel em Amarula com esse mesmo nome citando denúncias de trabalhadores e fontes de segurança.
As fontes disseram que no ataque a Palma participaram centenas de rebeldes de posse de “novas armas” que mostraram grande coordenação.
Dias antes do ataque os rebeldes teriam infiltrado vários dos seus combatentes na cidade.
Um barco com mais de 1.500 pessoas encontra se entretanto ao largo de Pemba.
A companhia petrolífera Total decidiu entretanto, pela segunda vez, retirar o seu pessoal do projecto de gás mantendo apenas “o mínimo estrito da força de trabalho em Afungi”.
Últimas informações dizem que os rebeldes se retiraram entretanto de Palma e que a situação de novo calma nessa cidade.