Dezenas de professores há quatro anos à espera de enquadramento no sector da Educação em Benguela, dizem que foram intimidados pela Polícia quando procuravam explicações para tanta demora, nesta terça-feira, 23, à porta do Governo Provincial.
Os professores foram admitidos em concurso público mas até agora continuam sem emprego.
Your browser doesn’t support HTML5
Os agentes da ordem, segundo relatos, convidaram os futuros professores a abandonar a cidade, nem que para isso fossem obrigados a colocar em acção a brigada canina.
‘’Os polícias nos deram corrida, é muito mau. Estão a nos tratar muito mal, ameaçam-nos com cães, como se fôssemos comida para cães. Até disseram que tínhamos de abandonar a cidade’’, reclamam
alguns dos 863 candidatos aprovados, já com contratos assinados para o ingresso nos dez municípios da província.
‘’Não tem uma informação credível para nós, estão apenas nos enrolando, dizendo que o Tribunal já visou, agora falta as Finanças. Por isso viemos falar com o senhor governador, que é o número um da província, para ver se conseguimos uma informação credível’’, acrescentam os cidadãos.
Não conseguiram chegar à fala com Rui Falcão, mas obtiveram da Secretaria do Governo de Benguela uma informação que servirá de base para novos protestos
‘’Disseram-nos, como temos ouvido há anos, que o processo está a ser encaminhado e que nos chamavam na devida altura. Insatisfeitos, tentamos questionar as razões para tanta demora e disseram que cabia apenas ao senhor director dar as respostas’’, acrescentam os manifestantes.
A VOA procurou a resposta, mas o director do Gabinete de Educação, Evaristo Calopa, disse que se encontrava em Luanda num encontro do sector, durante o qual o Sindicato dos Professores admitiu uma greve no início do ano lectivo 2018.
A par da falta de salas de aulas, a escassez de professores tem deixado milhares de crianças fora do sistema de ensino.