Candidatos à docência sem enquadramento protestam em Benguela

Candidatos a professores manifestam-se em Benguela

Polícia recorreu à brigada de cães travar manifestantes revoltados

Dezenas de professores há quatro anos à espera de enquadramento no sector da Educação em Benguela, dizem que foram intimidados pela Polícia quando procuravam explicações para tanta demora, nesta terça-feira, 23, à porta do Governo Provincial.

Os professores foram admitidos em concurso público mas até agora continuam sem emprego.

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Manfiestação em Benguela - 1:35

Os agentes da ordem, segundo relatos, convidaram os futuros professores a abandonar a cidade, nem que para isso fossem obrigados a colocar em acção a brigada canina.

‘’Os polícias nos deram corrida, é muito mau. Estão a nos tratar muito mal, ameaçam-nos com cães, como se fôssemos comida para cães. Até disseram que tínhamos de abandonar a cidade’’, reclamam

alguns dos 863 candidatos aprovados, já com contratos assinados para o ingresso nos dez municípios da província.

‘’Não tem uma informação credível para nós, estão apenas nos enrolando, dizendo que o Tribunal já visou, agora falta as Finanças. Por isso viemos falar com o senhor governador, que é o número um da província, para ver se conseguimos uma informação credível’’, acrescentam os cidadãos.

Não conseguiram chegar à fala com Rui Falcão, mas obtiveram da Secretaria do Governo de Benguela uma informação que servirá de base para novos protestos

‘’Disseram-nos, como temos ouvido há anos, que o processo está a ser encaminhado e que nos chamavam na devida altura. Insatisfeitos, tentamos questionar as razões para tanta demora e disseram que cabia apenas ao senhor director dar as respostas’’, acrescentam os manifestantes.

A VOA procurou a resposta, mas o director do Gabinete de Educação, Evaristo Calopa, disse que se encontrava em Luanda num encontro do sector, durante o qual o Sindicato dos Professores admitiu uma greve no início do ano lectivo 2018.

A par da falta de salas de aulas, a escassez de professores tem deixado milhares de crianças fora do sistema de ensino.