Com três vitórias e três empates, a seleção de Cabo Verde deixa o Campeonato Africano das Nações (CAN 2023) com sentimentos contraditórios.
“Estamos tristes porque fomos eliminados, mas orgulhosos do que fizemos”, resumiu o técnico Pedro Brito “Bubista” na conferência de imprensa após o jogo em que os Tubarões Azuis perderam no desempate por penaltis (2-1) ante a África do Sul, no sábado, 4, no Estádio Charles Konon Banny, em Yamoussoukro.
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Durante os 120 minutos, Cabo Verde teve mais posse de bola, jogou quase sempre à procura do golo e criou mais oportunidades.
Na memória dos presentes, está ainda fresco o remate à queima-roupa de Gilson à entrada da área sul-africana para uma defesa espetacular de Williams que contou ainda com a ajuda da barra, quase no final do jogo.
Antes, durante um período de maior domínio dos Bafana Bafana, o guarda-redes cabo-verdiano Vozinha fez duas defesas seguidas e impediu que as suas redes fossem violadas.
No prolongamento, os Tubarões Azuis mostraram-se menos cansados e voltaram a carregar, mas sem marcar.
O guarda-redes Williams, que já tinha salvo a sua equipa no jogo corrido, viria a ser o herói da noite ao defender quatro penaltis para desespero dos cerca de 200 adeptos cabo-verdianos que viajaram de Abidjan para apoiar a equipa.
Do orgulho cabo-verdiano ao sucesso sul-africano
O técnico cabo-verdiano considerou no final da partida que “a equipa teve muitas oportunidades mas não conseguimos ganhar o jogo, mas teve caráter, mostrou que Cabo Verde tem uma grande equipa, que jogou contra uma grande equipa, a África do Sul é uma equipa matreira, mas tenho orgulho da minha equipa”.
“Fizemos uma campanha excelente… e podemos crescer ainda mais”, sublinhou Pedro Brito “Bubista”, quem, questionado sobre os penaltis falhados, lembrou que há vários fatores que contribuíram como o cansaço e a parte mental.
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Por seu lado, o técnico dos Bafana Bafana disse que começou o jogo com 71 anos e o terminou com 75, devido à intensidade da partida.
“Hoje vi e senti que os meus jogadores estavam muito nervosos. Houve muita pressão porque todos queriam a qualificação para as meias-finais e não jogámos como nos jogos anteriores", admitiu Hugo Broos, para quem “ a nossa CAN já foi um sucesso”.
PR de Cabo Verde no estádio
O capitão cabo-verdiano Ryan Mendes também revelou sentimentos contraditórios ao afirmar que “fizemos tudo para ganhar, deixamos tudo em campo, mas é futebol e Cabo Verde tem seleção para lutar pela classificação” para o Mundial 2026, nos Estados Unidos.
Refira-se que o Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, esteve em Yamoussoukro a acompanhar o jogo, tendo, no final, descido ao relvado para cumprimentar jogadores, técnicos e demais membros da caravana.
A África do Sul passa assim às meias-finais, o que não acontece há vinte anos, e vai defrontar a Nigéria na quarta-feira, 7, em Bouaké.
Na outra meia-final, a anfitriã Costa do Marfim, que eliminou ontem o Mali por 2-1, joga com a República Democrática do Congo em Abidjan.
A final realiza-se no dia 11, no Estádio Alassane Ouattara, em Abidjan.