Quinze mulheres e oito homens estão detidas, desde domingo, 17, na Esquadra da Polícia da Vila Kiaxi, no município do Talatona, em Luanda acusadas de impedirem as obras de vedação do terreno que dizem ser sua propriedade, mas que foi supostamente usurpado pelos oficiais da Polícia Nacional.
Eles negam as acusações.
Daniel Neto, diretor-geral da empresa Konda Marta, garante que alguns dos detidos são detentoras de terrenos na zona do 11 de Novembro, no distrito urbano da Cidade Universitária, em Luanda.
Neto, que é também tenente-coronel das Forças Armadas Angolanas (FAA), acusa o ministro do Interior, Eugenio Laborinho e o comandante da Polícia em Luanda, de estarem por trás das detenções.
“Eu fiquei detido por três vezes, a última do ano passado, em abril quando estava na cadeia de Viana, eles dividiram os terrenos, passaram o direito de superfície e nós conseguimos essa lista onde consta o ministro do Interior nº8 e eles negam", disse Neto.
Ele acrescentou que “neste preciso momento a polícia está lá, com as patrulhas do comando provincial, a mando do comandante provincial Francisco Ribas. Eles estão a vedar os terrenos das senhoras”, acrescentou.
A Voz da América contatou o ministro do Interior, Eugénio Laborinho, mas sem sucesso.
Entretanto, sem gravar entrevista, o comandante provincial da Polícia Nacional de Angola (PNA), em Luanda, comissário-chefe, Francisco Monteiro Ribas da Silva, negou as acusações.
Por seu lado, o porta-voz da corporação em Luanda, superintendente Nestor Goubel, disse que eles “desobedeceram a ordem das autoridades, não houve outra solução, senão a detenção das 23 pessoas.
"O que aconteceu é que tratou-se de uma tentativa de talhonamento de um terreno que eles não tinham legitimidade para o fazer. Neste momento abriu-se um expediente e eles vão ser apresentados ao juiz de garantia para os passos subsequentes”, explicou Goubel.