"Custa ser jovem em Moçambique" é a designação da campanha lançada pela Rede de Mulheres Jovens, para exigir emprego e saúde de qualidade e o fim do conflito militar em Cabo Delgado, bem como do abuso sexual da mulher.
À VOA, a presidente da organização, Quitéria Guirengane, explica que se trata de uma campanha de posicionamento dos jovens, tendo em conta o actual contexto político e social da juventude em Moçambique.
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Ela avança que "nós como jovens, temos que estar, de forma permanente, em manifestação, em inconformismo e em acção afirmativa, e mostrar o nosso posicionamento e a nossa indignação face à gravidade da situação no nosso país".
A falta de emprego é a questão que mais preocupa a juventude porque, segundo Guirengane, as estatísticas são manipuladas,e o Governo nunca fala do desemprego, sobretudo dos jovens.
A activista anota que nas taxas de emprego, o Governo, segundo o relatório da Secretaria de Estado da juventude e Emprego, "considera emprego toda a actividade remunerada, seja ela precária, temporária ou não, mas muitas pessoas perderam emprego e continuam a ser consideradas nas estatísticas do emprego".
Entretanto, o Governo assume que a economia moçambicana não está em condições de garantir emprego para os cerca de 400 mil jovens que anualmente entram no mercado do trabalho, "e a economia tem que estar preparada para poder receber esses indivíduos e provê-los de postos de trabalho".
Refira-se que no balanço do Plano Económico e Social referente ao primeiro semestre de 2021, o Governo diz ter criado, 152.783 novos postos de trabalho.
Muitos sectores juvenis dizem que esses números não correspondem à realidade.