Uma campanha na internet conseguiu arrecadar quase 50 mil dólares em menos de 18 horas para que o atleta etíope Feyisa Lelisa possa pedir asilo nos Estados Unidos ou noutro país.
A iniciativa surgiu depois de Lelisa ter feito um gesto de apoio aos protestos contra o Governo etíope no domingo, 21, no final da maratona, em que conseguiu a medalha de ouro e de ter dito que poderia ser morto ao chegar ao seu país.
"Convocamos todos os etíopes e defensores dos direitos humanos a contribuírem para apoiar o atleta Feyisa Lelisa, que mostrou um grande heroísmo ao se transformar num símbolo internacional para os protestos oromo", diz o texto da campanha, que, em 18 horas conseguiu reunir aquele montante.
Em causa, segundo o atleta, estão as perseguições contra a etnia oromo, a que ele pertence, que já deixaram centenas de mortos.
Ao terminar em segundo lugar na maratona de domingo, 21, no Rio-2016, Lelisa acusou o Governo de Addis Abeba de matar pessoas da sua tribo e todos que são contra o Executivo.
Ele admitiu que poderia ser preso ou morto ao chegar ao país e que, por isso, ainda não sabia se regressaria ou não à Etiópia.
Ante a reacção internacional às declarações do medalhista de prata, o chefe do Escritório de Comunicações do Governo etíope, Getachew Reda, disse à imprensa local que Lelisa não sofrerá acusações por suas opiniões políticas.