Calane da Silva: “Sair do colonialismo para o neocolonialismo não é romper com nada!”

Calane da Silva, escritor moçambicano

Moçambique abre a série os 40 anos de independência dos países africanos de expressão portuguesa, na VOA

O escritor moçambicano, Calane da Silva, afirma que os fundamentalismos e erros cometidos nos primeiros anos da Independência de Moçambique estiveram na origem da guerra civil que dilacerou o país durante 16 anos.

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Calane da Silva: “Sair do colonialismo para o neocolonialismo não é romper com nada!”

Segundo Calane da Silva, na sequência desses erros, Moçambique caiu na guerra fria "e os imperialistas sacudiram-nos, rebentaram-nos e escangalharam-nos através de uma guerra.”

Para ele, “conquistar o território e içar uma bandeira é, de facto, obra,” mas isso só não basta!

"O que é necessário para um país se considerar, realmente independente; será que, economicamente, já somos autónomos; (…) o que é que aconteceu no país que passou de uma utopia igualitária para um neoliberalismo; (…) foi por isso que milhares de pessoas morreram?", interroga Calane da Silva.

Mesmo assim, o autor do popular livro “Xicandarinha na lenha do mundo”, reconhece que em 40 anos de independência, Moçambique registou progresso, que deverá ser transformado em mais-valia para os cidadãos.

E remata: “Sair do colonialismo para o neocolonialismo não é romper com nada!”