Cabo Verde, único lusófono a abster-se na votação da resolução da ONU fortemente criticada pelos EUA

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Assembleia Geral da ONU vota resolução que pede trégua humanitária em Gaza, Nova Iorque, EUA, 27 outubro 2023

Assembleia Geral da ONU vota resolução que pede trégua humanitária em Gaza, Nova Iorque, EUA, 27 outubro 2023

Cabo Verde foi o único país lusófono a abster-se na votação da resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas que pede uma “uma trégua humanitária imediata, duradoura e sustentada que conduza à cessação das hostilidades” em Gaza.

Enquanto São Tomé e Príncipe não participou na votação, todos os demais países de língua portuguesa votaram a favor da resolução.

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Com 120 votos a favor, 14 contra e 45 abstenções, a Jordânia, em nome do grupo árabe, viu a resolução aprovada que, no entanto, não faz menção ao Hamas e a Israel.

A resolução pede ainda "a libertação imediata e incondicional de todos os civis que permanecem ilegalmente mantidos em cativeiro”.

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O órgão tinha rejeitado a inclusão de uma emenda do Canadá, que pedia a condenação expressa do Hamas pelo ataque de 7 de outubro, que provocou a morte de mais de 1.400 israelitas, a maioria civis.

Os Estados Unidos da América criticaram duramente a resolução aprovada.

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"Há duas palavras fundamentais que fazem falta na resolução. A primeira delas é Hamas. É o cúmulo que essa resolução não mencione os autores do ataque terrorista de 7 do outubro: o Hamas. É o cúmulo. Outra palavra que faz falta nessa resolução é: reféns", afirmou a embaixadora americana Linda Thomas-Greenfield.

Por seu lado, o embaixador israelita junto da ONU afirmou que “esta resolução ridícula tem a audácia de pedir uma trégua”.

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“O objetivo da trégua desta resolução é que Israel deixe de se defender perante o Hamas, para que o Hamas possa incendiar-nos”, acrescentou Gilad Erdan, após a votação, tendo reiterado na ocasião que a guerra terminará só quando o Hamas entregar todos os reféns que fez a 7 de Outubro.

O embaixador palestiniano na ONU, Riyad Mansour, disse que a Assembleia Geral foi “mais corajosa, com mais princípios” do que o dividido Conselho de Segurança, que falhou em quatro tentativas durante as últimas duas semanas para chegar a um acordo sobre uma resolução.

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