O Departamento de Estado americano revelou no seu relatório anual de 2015 que a prostituição infantil aumentou em Cabo Verde. O problema tem provocado vários debates, que se alargam tambem à violência e exploração sexual.
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A presidente do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente(ICCA) considera que o anúncio de aumento de casos de violação e exploração sexual deve-se a uma maior divulgação pela comunicação social e por denúncias feitas pelas vítimas e seus familiares.
Segundo Marilene Baessa, hoje as pessoas já vão perdendo o medo de denunciar, situação que ajuda a dar a conhecer o caso, como também para a actuar contra os praticantes desse tipo de crimes.
No entanto, de acordo com informações avançadas por Baessa, nota-se um ligeiro aumento de casos de violação e abuso sexuais, muitos que infelizmente acontecem no próprio espaço familiar e na vizinhança.
Numa situação dessas, se o problema não tiver um bom acompanhamento e conhecer a resolução célere por parte das instâncias judiciais, a vítima fica mais exposta e pode sofrer consequências psicológicas graves, avança a presidente do ICA, Marilene Baessa.
"Todas as instituições com responsabilidade nessa matéria devem estar em sintonia, visando dar respostas em tempo útil", adianta Marilene Baessa.
Por seu lado, o director nacional das Aldeias SOS não sabe se os casos de abuso e violação sexual têm aumentado nos últimos tempos em Cabo Verde, considerando que talvez hoje haja mais denúncias, já que as vítimas começam a perder o medo.
Dionísio Simões Pereira defende que as instâncias judiciais devem estar preparadas para que possam responder em tempo útil na resolução desses casos.
No entanto, destaca que os pais e encarregados de educação devem ser chamados a assumir as reais responsabilidades na educação dos filhos.
Quanto ao relatório divulgado há bem pouco tempo pelo Departamento de Estado americano que fala de aumento de casos de exploração sexual e trabalho infantil no arquipélago, Simões Pereira diz ser preciso fazer-se uma leitura correcta dos números, evitando alarmismos, que muitas vezes só podem prejudicar na resolução dos problemas.
Marilena Baessa considera que se deve encarar os relatórios com normalidade, tirando as ilações necessárias, para que os problemas existentes possam ser ultrapassados.