Cabo Verde: Ulisses Correia e Silva promete um 2023 melhor; analistas querem acções concretas

Ulisses Correia e Silva, primeiro-ministro de Cabo Verde

O Primeiro-ministro de Cabo Verde transmitiu uma mensagem de confiança e pediu aos cidadãos para acreditarem que 2023 será um ano melhor, mas analistas dizem que são necessárias acções concretas.

Na mensagem de Natal, Ulisses Correia e Silva disse que será reforçado o combate ao crime, e o transporte melhorado.

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Cabo Verde: Ulisses Correia e Silva promete um 2023 melhor; analistas querem acções concretas

“As operações especiais nos bairros da Praia vão continuar e aqueles que praticam os crimes serão apanhados e punidos; estamos empenhados em melhorar os transportes aéreos e marítimos inter- ilhas", disse Correia e Silva.

Ele prometeu a recuperação da companhia aérea nacional, “que, no próximo ano, voltará a voar para os Estados Unidos (Boston) para atender a vasta comunidade ali emigrada".

“Teremos um Cabo Verde mais resiliente. Estamos a acelerar a transição energética para tornar o país menos dependente de combustíveis fósseis, a dessalinização de água para agricultura vai continuar para diversificar as fontes de irrigação e reduzir a dependência das chuvas," disse.

Mecanismos efectivos

Para analistas ouvidos pela VOA, o governo deve criar mecanismos efectivos e objectivos para resolver um conjunto de questões, com realce para a segurança e ordem pública, numa altura em que os índices de criminalidade tendem a aumentar.

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João Santos, jurista, disse que a problemática da delinquência e criminalidade sobretudo juvenil, não se resolve apenas com maior musculação policial e judicial.

"O que precisamos é de uma melhor justiça social de modo a evitar ou a reduzir os índices de criminalidade que em Cabo Verde se estão a tornar cada vez mais preocupante", afirmou Santos.

E para António Ludgero Correia, em vez de promessas, o Chefe do Governo devia transmitir uma mensagem no sentido de se assumir maior cultura do trabalho na busca de soluções para os problemas.

Segundo Correia, "o Primeiro Ministro de um país pequeno, insular, pobre, vivendo várias crises em simultâneo, com seca severa em quatro anos, a pandemia que ainda não está totalmente debelada e as consequências da guerra na Ucrânia, não pode dar tais garantias”

“Se ele dissesse que ia trabalhar para que o próximo ano não fosse pior que 2022 como todas as previsões têm dado perceber-se -ia", disse o antigo conselheiro presidencial.

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