Cabo Verde: Sindicatos de saúde suspendem greve depois de abertura do Governo para negociar

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Greve dos profissionais de saúde em Cabo Verde, Praia, 31 julho 2024

Paralisação termina um dia antes do fim da greve de três dias

No dia em que estava prevista terminar a greve geral dos profissionais da saúde de Cabo Verde, os sete sindicatos decidiram suspender nesta sexta-feria, 2, a paralisação para negociarem com o Governo, depois deste ter mostrado vontade para dialogar.

“Estando abertos os canais de diálogo, os sindicatos decidem levantar a greve, com efeito no dia 2 de Agosto, a partir das 08:00”, diz um comunicado assinado pelos representantes dos sete sindicatos, que, no entanto, exigem “que as negociações entre os sindicatos e o Governo sejam retomadas o quanto antes”.

A suspensão da greve foi também confirmada à Voz da América pela presidente do Sindicato Nacional dos Médicos, Eunice Almeida.

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"Falaram inverdades, mas nós somos entidades sérias e responsáveis", diz presidente do Sindicato Nacional dos Médicos

Em entrevista antes da suspensão da greve na quinta-feira, Almeida acusou o Governo de “falar inverdades”, em resposta aos posicionamentos do primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva e da ministra da Saúde, Filomena Gonçalves, no Parlamento, na quarta-feira, 31.

“Falaram inverdades, que elas são pessoas sérias e responsáveis, em nenhum momento questionámos a seriedade ou a responsabilidade do Governo mas deixaram entender que sindicatos, sim... mas somos entidades responsáveis e sérias, sabemos o que estamos a fazer”, afirmou Almeida, lembrando que “entregamos um caderno reivindicativo desde 2023, um acordo, com consenso, e até 30 de julho não houve resposta”.

“Não temos segundas intenções, não somos coagidos pela oposição, não queremos saber de política, queremos os problemas resolvidos, há mais de 20 anos com pendências”, acrescentou aquela médica e sindicalista,

Apesar da abertura para o diálogo, Eunice Almeida concluiu que "se o Governo não cumprir os compromissos assumidos haverá mais greve".

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Recorde-se que a paralisação afetou todos os departamentos e serviços de saúde do país, apesar de o Governo ter recorrido à requisição civil de 300 profissionais de saúde, devido, segundo o Executivo, à falta de acordo com os sindicatos sobre os serviços mínimos.

Na lista das reivindicações, estão a aprovação e implementação dos respetivos Plano de Carreiras, Funções e Remunerações, das carreiras médicas, de enfermagem e do Instituto Nacional de Saúde Pública com efeito retroativo a janeiro de 2024, negociações sobre o nível de enquadramento das carreiras nos grupos de enquadramento funcional e o recrutamento de médicos recém-formados em regime de continuidade de formação para serviços específicos.

Na quarta-feira, 31, dia do início da greve, a ministra da Saúde, Filomena Gonçalves anunciou no Parlamento a atualização das carreiras médicas e de enfermagem.