Em São Tomé e Príncipe residem milhares de cabo-verdianos e descendentes, que foram para o arquipélago no século passado para trabalhar nas roças de colonos portugueses. Com a independência e o fim da exploração das roças, aqueles emigrantes, cujos rendimentos eram ínfimos, foram abandonados à sua sorte.
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A grande maioria vive na mais absoluta miséria. Nos últimos anos o Governo de Cabo Verde decidiu atribuir uma pensão aos mais carenciados, mas agora quer que os cabo-verdianos radicados nos Estados Unidos adoptem a comunidade em São Tomé e Príncipe.
A ministra das Comunidades Fernanda Fernandes apresentou esta semana à comunidade cabo-verdiana radicada no Estado americano de Massachussets o programa "De comunidade para comunidade".
A ideia do Governo é que os cabo-verdianos que vivem nos Estados Unidos adoptem a comunidade carenciada em São Tomé e Príncipe, associando-se assim ao fundo já existente para a diáspora naquele país.
Fernanda Fernandes acredita ser possível angariar apoios e espera uma reacção positiva da comunidade.
Segundo a ministra, os beneficiários do programa estão bem definidos, bem como os projectos e as formas de financiamento.
"O programa destina-se a crianças, jovens e pessoas de terceira idade e temos projectos concretos e formas precisas de serem financiadas", garante Fernandes.
Activistas da comunidade cabo-verdiana radicada nos Estados Unidos, estimada em mais de 250 mil, ouviram a proposta e tentaram saber como funciona o programa, mas por agora não há respostas.
Um estudo realizado em 2012 concluiu que cerca de 15 mil cabo-verdianos emigraram para São Tomé e Príncipe no século passado e estima-se que cerca de dois mil vivem em situações de extrema pobreza.