Cabo Verde: Presidente e primeiro-ministro dizem esperar manter relações de "excelência" com EUA

O Presidente e o primeiro-ministro de Cabo Verde dizem acreditar que as relações entre o arquipélago e os Estados Unidos manter-se-ão no nível de excelência que caracterizam esse relacionamento há muito tempo, com a Administração Trump.

Quanto ao facto de imigrantes cabo-verdianos poderem ser deportados e se o país está preparado para os receber, o Chefe do Governo afirmou estar “atento e sempre preparado”, caso venha a acontecer um eventual repatriamento.

“Temos um programa nacional de acolhimento e integração de emigrantes retornados, que está em implementação”, afirmou Ulisses Correia e Silva em declarações a jornalistas na segunda-feira, 20, acrescentando que Cabo Verde tem recebido “retornados provenientes dos Estados Unidos, como também de alguns países europeus”.

Apesar de reconhecer que as promessas de deportação em massa do Presidente Trump estão a “criar expetativas não só em relação a Cabo Verde, mas também a vários outros países do mundo”, Correia e Silva alertou que “não podemos antecipar estas medidas sem conhecermos na prática qual é o contorno e o nível de extensão deste programa”.

“O Presidente Trump já esteve na Presidência e em relação à comunidade cabo-verdiana não houve grandes convulsões, continua a ser uma comunidade bem integrada” e quanto “às relações com Cabo Verde espero e creio que vão continuar na linha daquelo que têm sido, relações de amizade, de aliança daquilo que são os fundamentais da nossa história das relações com os Estados Unidos da América”.

Por seu lado, o Chefe de Estado disse esperar que “o Presidente faça um bom mandato” e que as “relações continuem com o mesmo nível de excelência”.

Em declarações a jornalistas, José Maria Neves estimou o alagamento da cooperação, através da implementação “do terceiro compacto do Millenium Challenge Account, também a cooperação a nível da defesa e outras áreas importantes de investimentos para o desenvolvimento do país”.

“Espero que as relações dos Estados Unidos com a África possam consolidar-se com ganhos mútuos”, concluiu o Presidente cabo-verdiano.

Refira-se que há uma enorme comunidade cabo-verdiana nos Estados Unidos, na sua maioria na Nova Inglaterra, que, segundo estimativas, não oficiais pode ultrapassar as 100 mil pessoas.