Cabo Verde: Novo presidente do PAICV defende Estado menos oneroso e "revolução" no ensino

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Rui Semedo, presidente do PAICV, Cabo Verde, 19 de Dezembro de 2019

Quatro meses após ser eleito presidente do Partido Africano para a Independência de Cabo Verde (PAICV), na oposição, Rui Semedo viu o 13º. Congresso da formação política aprovar a sua moção e eleger os órgãos que vão dirigir o partido nos próximos três anos.

No discurso de posse, neste domingo, 10, Semedo reconheceu que este é um momento extremamente difícil, que “deve exigir de todos os cabo-verdianos, mas também de todos os partidos políticos, atitudes e posturas diferentes”.

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Ante o “momento de grande desemprego”, o líder da oposição afirmou que esta situação tem “consequências claras na diminuição do poder de compra dos cabo-verdianos”, ao mesmo tempo que lembrou que a situação actual também é marcada por uma situação de insegurança alimentar e energética, escalada de preços e seca dos últimos três anos, "com repercussões sociais e na criminalidade”.

Embora as próximas eleições legislativas sejam apenas em 2026 e, antes, tenha de enfrentar mais uma eleição interna, Semedo defende a necessidade de reformas do Estado.

“Uma estrutura do Estado menos custosa, para poupar recursos”, defendeu Semedo, que propôs a “fusão” de serviços públicos, uma “revolução” no sistema de ensino cabo-verdiano e uma aposta na “saúde de qualidade”.

Em termos internos, e depois de duas derrotas do partido em 2016 e 2021, o novo líder do PAICV prometeu “um partido inovador, presente, incorporador dos valores da modernidade, aberto à sociedade e promotor de uma cultura democrática” e virado para um intenso diálogo nacional.

Em jeito de balanço, Semedo classificou o congresso como um grande momento “de partilha de ideais, propostas, contribuições, sentimentos e forças”.

Rui Semedo sucedeu a Janira Hopffer Almada, que colocou o cargo à disposição depois da sua segunda derrota nas eleições legislativas de Abril de 2021.