Os militantes da União Cabo-Verdiana e Democrática (UCID) devem eleger neste fim-de-semana o seu novo presidente, João Santos Luis, o único candidato.
O líder cessante António Monteiro decidiu-se não se recandidatar e o actual vice-presidente concorre sozinho depois do militante Edson Ribeiro ter abandonado a corrida com fortes críticos ao partido.
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"Não havendo essa igualdade de tratamento por parte da direcção em exercício e considerando algumas informações e posicionamentos públicos, então decidimos não avançar porque ia participar num processo que a priori sabemos que em nada iria adiantar'', afirmou Ribeiro.
O presidente da Comissão Eleitoral, António Lima, refutou as críticas de falta de condições porque o partido não cria "condições para nenhum candidato, devendo cada um dar os próprios passos para apresentar a respectiva candidatura" .
No seio dos militantes, há num certo mal-estar e a direcção a ser eleita tem pela frente o desafio de criar um ambiente que permita a unidade do partido.
Um dos fundadores e antigo presidente da UCID, Lídio Silva, foi muito crítico contra a liderança de António Monteiro.
Esse ambiente foi notório sobretudo por altura das eleições presidenciais devido à escolha feita pelo presidente do partido de apoiar o candidato Carlos Veiga, do partido no poder, MpD, um decisão que não agradou a muitos militantes e alguns dirigentes.
João Santos Luis afirma estar preparado para dialogar e trabalhar com todos, de resto diz, isto é que interessa para o fortalecimento da UCID.
"Logo depois do Congresso a primeira tirada será aproximar-me muito bem dos líderes históricos e demais militantes para que nós possamos juntos colocar em cima da mesa, discutir e avançar..... portanto convencer-lhes de facto a UCID e Cabo Verde estão acima de tudo .... nós queremos o partido seja unido e forte, vamos conseguir isso", garante o mais que provável futuro líder dos democratas-cristãos.
Na abertura da reunião, na sexta-feira, 25, num discurso de balanço e despedida o líder cessante, António Monteiro, afirmou que “só conseguiremos resolver o problema do partido, com as soluções possíveis, se mobilizarmos todos de forma aberta, sincera, com verdade”.
O congresso decorre na ilha de São Vicente, e termina no domingo.
A UCID tem quatro deputados no Parlamento, de 72 membros, todos pelo círculo eleitoral de São Vicente.
Fundado em 1977 por emigrantes cabo-verdianos em Roterdão, Holanda, em oposição ao regime de partido único do então Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde, que depois se transformou e PAICV, a UCID, que defende os valores da democracia cristã, teve, até agora cinco presidentes: Sérgio Duarte Fonseca, Lídio Silva, John Whanon, Manuel Rodrigues e António Monteiro.