Em Cabo Verde, o incêndio de grande proporção que começou a deflagrar no sábado, 1, no Parque Nacional da Serra Malagueta e se estendeu a Figueira das Naus e mais duas localidades, continua com uma frente activa numa zona de difícil acesso, mas a Protecção Civil está no terreno com 23 operacionais a monitorizar e a tentar apagar o fogo, no sentido de evitar o que mesmo possa colocar em perigo zonas residenciais e populações.
A garantia foi dada pelo comandante da Protecção Civil da Região Norte de Santiago, Amaro Varela.
O combate ao incêndio, já deixou nove mortos, sendo oito militares que seguiam num camião para ajudar nas operações e que capotou no domingo e um monitor do Parque, que caiu de um penhasco.
Veja Também Cabo Verde: Oito militares mortos quando iam ajudar a controlar incêndio de grandes dimensõesMais oito militares, que seguiam no camião, continuam internados no Cospital Central Agostinho Neto, na Praia, e, segundo o director da Saúde das Forças Armadas, uma com traumatismo craniano e fractura dos membros superiores esquerdo inspira cuidados.
Em declarações à Voz da América, Amaro da Luz, disse que cerca de 23 homens continuam no local a tentar controlar o único foco que ainda continua a arder, mas descreve que o trabalho é complicado tendo em conta tratar-se de um ponto de difícil acesso.
“É claro que se tivéssemos a disponibilidade de outros meios, faríamos o combate do incêndio de forma mais rápida, mas trabalhamos com os que temos e, caso seja necessário, reforçaremos com mais operacionais da ilha de Santiago e também das outras ilhas”, afirmou Varela.
Informações ainda apuradas indicam que cerca de 70 hectares do perímetro florestal foram ardidos, o que demonstra as fragilidades do país em matéria de meios adequados para o combate a incêndios, como aviões e helicópteros.
O antigo Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Brigadeiro Antero Matos, afirmou que o país não pode ter duto, mas considera que se deve fazer um esforço para a aquisição de determinados meios de combate aos incêndios.
“Nós conhecemos a orografia do país, montanhoso, por isso faz faltam meios aéreos versáteis para ajudar no combate, sem esquecer a necessidade de haver uma parceria estreita para apoio mútuo entre os países vizinhos”, disse Matos.
Para o primeiro-ministro neste momento o mais importante é concentrar esforços no apoio às famílias das vítimas mortais que deverão receber uma pensão do Estado e também elogiar o trabalho feito no combate ao incêndio.
“Vamos decidir a atribuição de uma pensão aos familiares dos militares falecidos como fizemos em relação ao caso de Monte Tchota e também ao familiar do funcionário do Ministério da Agricultura”, garantiu Ulisses Correia e Silva.
O Governo decretou dois de luto nacional, hoje e amanhã.