O Governo de Cabo Verde proibiu a partir de hoje, 3, a entrada de cidadãos americanos e estrangeiros não residentes no arquipélago que tenham visitado os Estados Unidos nos últimos 30 dias, na sequência do primeiro caso de ébola registado no país. Os Estados Unidos passam, assim, a integrar a lista negra do Governo cabo-verdiano, juntamente com a Guiné-Conacri, Serra Leoa, Libéria, Senegal e Nigéria.
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A decisão, tomada ontem pelo Conselho de Ministros, foi anunciada hoje pela ministra–adjunta e da Saúde Cristina Fontes Lima. Apesar de não haver qualquer suspensão de voos a partir dos Estados Unidos, para onde a companhia cabo-verdiana TACV viaja duas vezes por semana, apenas poderão entrar os nacionais e estrangeiros residentes no arquipélago, mas há excepções, nomeadamente de índole humanitário e de interesse público.
"No caso dos Estados Unidos estamos a trabalhar num corredor humanitário", disse Fontes Lima.
Refira-se que existe uma comunidade cabo-verdiana estimada em mais de 100 mil pessoas nos Estados Unidos que mantêm uma estreita ligação com o país. Entre 600 e 800 pessoas viajam semanalmente entre Praia e Boston.
Entretanto, Senegal poderá sair da lista negra em virtude de não registar nenhum caso desde 8 de Setembro, mas apenas após a Organização Mundial da Saúde tirar o país vizinho do grupo de Estados afectados.
A responsável pela pasta da Saúde reconheceu que essa decisão tem afectado a economia do país, com a Senegal Airlines a suspender os voos para Cabo Verde e a companhia nacional, a TACV, a reduzir de cinco para um o número de voos entre Dakar e Praia.
"Há que fazer um equilíbrio e temos conseguido isso", garantiu.
Um liberiano foi internado no domingo, 28 de Setembro, em Dallas, com ébola, depois de ter visitado o seu país de origem. Thomas Eric Duncan encontra-se em estado crítico mas estável.