Cabo Verde: Há mais propaganda do que medidas para ajudar os privados, diz a oposição

Ulisses Correia e Silva, primeiro-ministro de Cabo Verde

A oposição cabo verdiana classifica de negativo o esforço para a criação de condições efectivas para a ajudar o sector privado, apesar de o Executivo afirmar que há melhoria nas actividades económicas.

João Batista Pereira, líder da bancada parlamentar do PAICV afirma que há mais propaganda do que medidas concretas que possam efectivamente ajudar as empresas a saírem do sufoco em que se encontram.

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Cabo Verde: Há mais propaganda do que medidas para ajudar os privados, diz a oposição

"Torna-se necessário que o Estado crie condições para que haja bom ambiente de negócios, nomeadamente pela redução de burocracia, facilitação de acesso das empresas ao financiamento" disse Pereira, no debate mensal entre larlamentares e o primeiro-ministro, nesta quarta-feira.

Pereira defende ainda "maior acesso do mercado ao sector privado , aos factores de produção em condições favoráveis e concorrenciais, bem produzir com custos baixos designadamente de matérias primas, da electricidade e de crédito" .

A União Cabo-verdiana Independente (UCID), com quatro lugares parlamentares , considera que a economia do arquipélago precisa urgentemente de ganhar músculos para que os cidadãos possam ter salários que lhes permitam viver com mais dignidade.

Nesta óptica, o líder da UCID, João Santos Luís, afirma que o papel das empresas privadas é crucial, e exorta o Governo a assumir um compromisso mais activo e efectivo na ajuda ao sector privado.

Ajuda

"Cabo-Verde dispõe de várias condições que a serem bem aproveitadas e toda sua dimensão poderão ajudar na criação da riqueza para debelarem o cenário tristonho que infelizmente muitas famílias vivem", diz Santos Luís.

Ele lamenta as declarações do Chefe do Governo em como não se pode pagar melhor salário mínimo, que ronda os 130 dólares porque a economia do paîs não suporta.

Em resposta, o primeiro-ministro apontou um conjunto de medidas que diz terem sido tomadas pelo Governo para ajudar as empresas privadas.

"No programa de retoma, novas linhas de crédito foram lançadas no montante de nove milhões de contos ao investimento com prazo máximo de dez anos, taxa de juros de 3,5 por cento, operações com garantias do Estado de cinquenta e oitenta por cento, linhas especiais de créditos específicas foram criadas para startup jovens em economia agrária, pesca semi industrial e micro finanças em condições mais favoráveis", disse Ulisses Correia e Silva.

Correia e Silva disse ainda que o sistema fiscal é favorável ao investimento, que permite a entrada de investidores no mercado de negócios.