Cabo Verde reclama por criação de empregos e riqueza

Foto de Arquivo

Analistas dizem que Governo que sair das eleições de Março tem de optar por outro modelo económico.

Analistas consideram que Cabo Verde encontra-se numa encruzilhada de políticas, quando o país prepara-se para ir a votos a 20 de Março.

Depois de 15 anos de infraestruturação e apesar de ser um País de Rendimento Médio (PRM), a economia do arquipélago não acompanha as necessidades de uma população de pouco mais de meio milhão de habitantes que demanda mais emprego e rendimento.

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Cabo Verde reclama por criação de empregos e riqueza - 2:30

O consultor e analista Júlio Lopes considera que a construção de vários quilómetros de estradas asfaltadas, barragens, aeroportos internacionais, portos, entre outras infraestruturas, mudou sem dúvida o rosto do arquipélago, mas diz não ter havido, nos últimos anos, políticas assertivas que alavancassem o sector económico e permitissem a criação de riqueza e empregos.

“Cabo Verde regista uma alta taxa da divida externa, o desemprego é elevado sobretudo no seio dos jovens, onde há mais de seis mil licenciados sem trabalho”, realça Lopes.

Ele lembra que “as empresas enfrentam problemas sobretudo de financiamento, o que reflecte negativamente na produção, deixando-as sem capacidade de gerar postos trabalho”.

Por isso, Júlio Lopes considera que a prioridade do Governo que sair das eleições de 20 de Março passa pela mudança do modelo económico em vigor, tendo em conta que o actual já se esgotou.

O jornalista e professor universitário Daniel Medina defende a mesma tese.

Na opinião de Medina, são visíveis os grandes investimentos que o Governo fez na infraestruturação do país, mas, diz, há que priorizar o sector económico.

“É preciso criar mecanismos sólidos que permitam o crescimento da economia, visando a criação de empregos e rendimentos, por forma a melhorar a situação de uma grande franja que passa por enormes dificuldades”, adianta o analista político.

Daniel Medina diz que se os jovens conseguirem oportunidades para prosseguir os estudos e seguidamente o emprego, certamente o país terá a situação de delinquência juvenil e de insegurança melhorada