O relatório da PANGEA- RISK, empresa de inteligência especializada em África e Médio Oriente, publicado no passado dia 15 de Junho, diz que Cabo Verde “é cada vez mais um importante centro de tráfico humano e de armas com vínculos com o terrorismo internacional”.
O documento intitulado “Como a pandemia contribuiu para a erosão das instituições políticas e judiciais de Cabo Verde” acrescenta que o país tem-se tornado cada vez mais num centro de transbordo de cocaína originária da América Latina. O Governo responde que o relatório não tem qualquer crédito.
Entretanto, numa nota enviada ao jornal A Nação, que publicou partes do relatório, o Governo desvaloriza o relatório que, no seu entendimento, visa claramente atingir a imagem externa de Cabo Verde por motivos que apenas a Pangea-Risk poderá explicar, e lembrou que a estabilidade política do país é um factor diferenciador de Cabo Verde no mundo.
O Executivo de Ulisses Correia e Silva acrescenta que a robustez do seu Estado de Direito e a credibilidade das suas instituições não se deixam impressionar ou pressionar por interesses particulares, bem identificados.
Cautelas
Mesmo assim, analistas alertam que as autoridades devem ser cautelosas.
O brigadeiro Antero Matos considera que o risco é evidente, daí que o Estado deve reforçar os meios internos para as áreas da segurança e justiça.
Por sua vez, o economista Agnelo Sanches defende maior controlo e fiscalização nos aeroportos e portos na entrada de aviões e embarcações.
Sanches afirma que a apreciação sobre a corrupção no país aumentou, já que em períodos de campanha eleitoral, chegam voos privados com meios financeiros provenientes até de países com fortes indícios de actividades corruptas.
O jurista João Santos considera que os praticantes da criminalidade organizada são especialistas em aproveitar as vulnerabilidades para porem em prática as respectivas acções, neste caso defende maior atenção das autoridades competentes.
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