Cabo Verde: Aumenta acesso à internet, mas país está longe de ser digital

O número de utilizadores da internet e das redes sociais aumentou em Cabo Verde, entre 2021 e 2022, em 1 por cento e 1,6 por cento, respectivamente o em 3.620 e 4.800 pessoas, respectivamente.

Apesar desse aumento, especialistas afirmam, no entanto, que o país está longe de ser digital.

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Cabo Verde: Aumenta acesso à internet, mas país está longe de ser digital- 2:20

As conclusões são do Relatório de Visão Geral Global Digital 2022, recentemente publicado.

"Este incremento deveu-se ao surgimento da covid-19", constata o engenheiro informático e docente universitário, Constantino Garcia, para que, esse alargamento teve impacto no lazer e nos sectores produtivos.

"As pessoas hoje necessitam das novas tecnologias para aceder a informação, para a procura do emprego, assistir aulas e trabalhos académicos, entre outras acções", completa Garcia.

Por seu lado, o engenheiro informático e director técnico de uma operadora de comunicações no arquipélago, Hélio Varela, afirma que "até há dois anos atrás a internet era essencialmente utilizada para lazer e diversão".

Mas "quando a gente teve que ficar em casa, passou-se a tirar proveito deste instrumento mais para a produtividade ".

Varela acrescenta haver uma grande oportunidade de Cabo Verde, as empresas acordarem para a realidade de que a internet pode ajudar no trabalho".

No entanto, a internet ainda não tem peso relevante na economia como instrumento de trabalho, por isso, diz Varela "neste momento Cabo Verde não é um país digital, estamos longe disso."

Outra leitura, segundo Constantino Garcia, é que o aumento no acesso à internet "não representa ameaça à imprensa tradicional", mas desafia os responsáveis dos meios de comunicação social a aproveitarem as oportunidades que o digital oferece.

Já Hélio Varela diz que se a imprensa tradicional não se adaptar aos novos hábitos dos utentes, "poderá ter a sobrevivência ameaçada".