O advogado e deputado eleito nas listas da UCID em 2021, Amadeu Oliveira, começou a ser julgado nesta segunda-feira, 29, por um colectivo de três juízes no Tribunal de São Vicente.
Oliveira, que se encontra em prisão preventiva há um ano, é acusado de um crime de atentado contra o Estado de direito e de dois crimes de ofensa a pessoa coletiva.
A advogada de defesa disse estar optimista e confiante num desfecho favorável do processo.
Veja Também Cabo Verde: Caso "Amadeu Oliveira" volta a abrir o debate sobre imunidade parlamentar"Para a defesa sem sombra dúvida é algo que vê com bons olhos pelo facto de ser a primeira vez que vamos ter uma audição composta por três juízes, em que prevalecerá não a decisão apenas de um único elemento e esperemos que haja um entendimento diferente daquilo que tem sido adoptado até este momento", frisou Zuleica Cruz, em declarações à Rádio de Cabo Verde.
Oliveira tem sido nos últimos tempos, um acérrimo crítico ao funcionamento da justiça, com fortes criticas contra alguns juízes do Supremo Tribunal da Justiça, que apresentaram queixas contra o advogado.
O julgamento pelas críticas àquele órgão. iniciado no Tribunal da Praia, acabaria por ser suspenso.
Após ter sido eleito deputado nas listas da UCID nas legislativas do ano passado, Amadeu Oliveira disse publicamente que ajudou o seu constituinte Arlindo Teixeira a braços com a justiça, por um caso de homicídio, a sair do país para França, situação que levou a Procuradoria Geral da República a pedir o levantamento da imunidade parlamentar para ser ouvido como arguido.
Um ano depois de estar em prisão preventiva decretada, o Parlamento aprovou a suspensão do mandato do deputado, algo que foi criticado pelos democratas-cristãos e certos sectores da sociedade civil.
Para o presidente da UCID, a prisão de Oliveira é ilegal e trata-se da clara intenção de amordaçar uma pessoa com uma visão critica sobre a forma como a justiça funciona no arquipélago.
"Nós entendemos que o mesmo está preso não por ter cometido algum crime, mas por vingança do sistema judicial e isso significa dizer que qualquer cidadão que se atrever em desafiar o sistema de Justiça que temos a funcionar da forma como está, corre o risco de ser encarcerado", afirmou João Santos Luís, líder da terceira força política com assento parlamentar.