Cabo Verde celebra esta quarta-feira, 13 de Janeiro, o 25º aniversário das primeiras eleições multipartidárias e a instalação da democracia no país.
Nessa data, Movimento para a Democracia (MpD), com apenas um ano de existência, ganhava as eleições democráticas com maioria qualificada, pondo fim a 15 anos de partido único do PAICV, desde a Independência do país em 1975.
Entre 1991 e 2001, o MpD conheceu dois momentos conturbados: a cisão de 1993 que deu origem ao surgimento do PCD dirigido pelo seu antigo número dois Eurico Correia Monteiro, e a cisão de 2000 que levou à criação do PRD, liderado por Jacinto Santos.
Após 10 anos na oposição, o PAICV regressou ao poder nas eleições realizadas em 2001, com maioria absoluta.
Para o líder histórico do MPD e antigo primeiro-ministro, Carlos Veiga, 13 de Janeiro tem um significado importante para o país.
“Constitui um grande marco, porquanto a partir dessa data, o povo ganhou liberdade e o país passou a viver num sistema de multipartidarismo”, reitera Veiga, lembrando que a democracia é ainda imperfeita e que há muito por fazer para que ela vá para além das instituições.
Por seu turno, o antigo ministro e chefe da delegação do PAICV às negociações com o MpD durante o período de transição para a democracia, considera que a instauração do regime pluralista constitui um ganho de todos.
Corsino Tolentino afirma que “ninguém em particular, deve se assumir como o dono da instauração da democracia, porquanto, o processo contou com a colaboração da maioria dos cabo- verdianos” e que “mais coisa menos coisa, o país estava preparado para os erros que aconteceram e que eram inevitáveis”.
No ano de todas as eleições, 2016, Tolentino prevê que o cenário após as legislativas de Março poderá obrigar os actores políticos a dialogarem mais e a chegar a consensos, se o partido vencedor não alcançar a maioria absoluta.
Caso isso vier a acontecer, Tolentino diz que será mais um teste à democracia cabo-verdiana.
Depois de 25 anos, analistas consideram que os jovens estão descontentes e afastados da política.
Alguns ouvidos pela VOA reiteram a necessidade de um envolvimento maior dos mais jovens, não só na política, mas em toda a vida social e económica do país.
Apesar de algumas dificuldades, sobretudo o desemprego, Carlos Veiga e Corsino Toleninto entendem que os jovens devem ser mais repensáveis e interventivos, exercendo uma maior fiscalização da actividade politica.
Acompanhe a reportagem na edição de Agenda Africana:
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