O ministro moçambicano do Interior, Amade Miquidade, diz que a luta contra os insurgentes em Cabo Delgado deve ser feita com muita prudência, "porque eles estão misturados com as populações, mas há estabilidade", e convida jornalistas a deslocarem-se àquela província, para avaliar a situação no terreno.
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"Os terroristas estão misturados com a população, e nós não podemos pôr em risco a vida e a tranquilidade da nossa população. É por isso que as acções das forças de defesa e segurança devem ser muito bem medidas para que provoquem o menor dano possível às comunidades", afirmou aquele governante.
Veja Também Potências regionais podem ajudar a combater a insurgência no norte de Moçambique, dizem especialistasO ministro do Interior realçou que a população de Cabo Delgado "está a sofrer bastante com as acções dos terroristas, e nós não queremos agravar esse sofrimento".
Contudo, Amade Miquidade, sem fazer qualquer referência a Mocímboa da Praia, considerou que apesar dos ataques, "há estabilidade em Cabo Delgado", e os jornalistas podem ir testemunhar isso no terreno.
Jornalistas podem ir a Cabo Delgado
"O ministério do Interior convida a imprensa a ir a Cabo Delgado, para ‘in loco’ perceber o que está a acontecer. Todos nós sabemos que Cabo Delgado está a sofrer com ações dos terroristas, mas as forças de defesa e segurança tudo fazem para repor a segurança e tranquilidade naquela província", realçou.
Veja Também Moçambique: exército mais perigoso para jornalistas que insurgentesMiquidade avançou que uma situação de estabilidade se vive também na zona centro de Moçambique, apesar dos ataques da chamada Junta Militar da Renamo.
O analista Manuel Alves diz que esta questão de estabilidade é questionável, porque na escalada da violência em Cabo Delgado, a proteção das comunidades tem sido negligenciada, sendo por isso que "temos números elevados de mortos e deslocados por causa dos ataques da insurgência".
Drama nos centros de acolhimento
Entretanto, a Comissão Nacional dos Direitos Humanos considera que se vive um drama humanitário nos centros de acolhimento das pessoas que abandonaram as suas zonas de residência por causa dos ataques.
"Precisam de tudo", diz Luís Bitone, Presidente da Comissão Moçambicana dos Direitos Humanos.
Para o Provedor de Justiça, Isaque Chande, nos centros de acolhimento de deslocados por causa da violência armada em Cabo Delgado, também "vive-se uma situação deplorável", afirmando ser necessário o envolvimento de todos "para travar a agressão terrorista que Moçambique enfrenta".
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