Analistas moçambicanos aconselham a calma na celebração da ocupação de bases de insurgentes em Cabo Delgado, porque não se sabe o que vem a seguir.
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Uma operação conjunta das forças moçambicanas e ruandesas resultou, nesta terça-feira , 3, na ocupação das localidades de Awasse e Diaca, tidas como as principais posições dos jihadistas nas proximidades da vila de Mocímboa da Praia.
O sociólogo e ex-jornalista Moisés Mabunda diz que sendo esta operação apenas um ponto de partida, para uma caminhada que se espera bastante longa, é necessária muita cautela, "porque como são os primeiros embates, temos que ver o que se segue".
Veja Também Tropas de Moçambique e do Ruanda recuperam importante localidade de AwasseE o politico Tomás Rondinho acrescenta que nem sequer há motivo para festejar, "porque os insurgentes até conseguiram alcançar os seus objectivos, que é desestabilizar o país e não ocupar território".
Para o líder do Partido para a Paz e Desenvolvimento Raúl Domingos, as acções militares são fundamentais na luta contra o terrorismo em Cabo Delgado, mas devem ser acompanhadas de iniciativas que possam criar postos de trabalho para os jovens, que são aqueles que fazem a guerra.
“Normalização da vida”
A vila de Mocímboa da Praia é por muitos considerada "quartel-general" dos insurgentes, em Cabo Delgado, norte de Moçambique.
Awasse encontrava-se sob ocupação dos jihadistas, na sequência do seu ataque àquela vila e respectivo porto, em 2020, o que as autoridades nunca admitiram.
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O anúncio da ocupação de Awasse e Diaca foi feito pelo Comandante-Geral da Polícia de Moçambique, Bernardino Rafael, que inseriu a operação nos esforços para a normalização da vida dos cidadãos e para a viabilização do projecto de gás natural liquefeito, em Palma, que se encontra paralisado, na sequência do ataque terrorista àquele distrito, em Março passado.
Mocímboa cercada
Após a operação da força conjunta, que envolveu meios aéreos e resultou na apreensão de diverso equipamento militar, o chefe da polícia moçambicana visitou a localidade de Awasse, onde observou as infra-estruturas destruidas pelos jihadistas, incluindo a subestação eléctrica local.
"Conquistar esta subestação é conquistar a nossa economia, é contribuir para a viabilização do projecto de gás natural e para permitir o acesso a todos os distritos e postos administrativos da região norte da província de Cabo Delgado", realçou Bernardino Rafael.
Fontes militares disseram à VOA que a estratégica vila de Mocímboa da Praia se encontra cercada pela força conjunta e poderá ser recuperada, "a qualquer altura".
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