Cabo Delgado: MDM defende o diálogo como forma de eliminar o terrorismo

Casa destruída em Mocímboa da Praia, pelo conflito insurgente em Cabo Delgado, Moçambique

O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), defende o diálogo como forma de se acabar com a guerra em Cabo Delgado, mas há quem entenda que levantar a questão da negociação no meio duma ofensiva militar pode irritar os sectores que privilegiam a solução das armas.

Celestino Bento, membro da Comissão Política do MDM, disse estar provado, em todo o mundo, que as guerras que ceifam vidas humanas se resolvem através do diálogo.

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Cabo Delgado: MDM defende o diálogo como forma de eliminar o terrorismo

"É preciso que se identifique quem são os mentores da guerra em Cabo Delgado, para que se possa enveredar pela via do diálogo, e ouvir quais são as preocupações que têm; por que é que movem aquela guerra nunca vista no mundo", defendeu Celestino Bento.

Além de ceifar vidas humanas, o conflito em Cabo Delgado, "está também a retardar o desenvolvimento de Moçambique," recordou Bento.

As autoridades governamentais, incluindo o próprio Presidente da República, Filipe Nyusi, dizem que neste momento, "os terroristas estão em debandada", na sequência das acções ofensivas desencadeadas por tropas moçambicanas, da SADC e do Ruanda.

Irritação

O analista político Fernando Lima defende a ideia de que "é preciso haver contacto", mas levantar a questão da negociação no meio desta ofensiva, pode irritar os sectores que privilegiam a opção militar".

"Eu penso que existe neste momento uma euforia em relação à opção militar; nalgum momento tem que haver contacto, tem que haver uma resolução de como um conflito desta natureza vai acabar", realçou aquele analista, para quem, no meio duma ofensiva militar, estar a levantar a questão de negociações, "isto causa uma grande irritação aos sectores que privilegiam uma solução militar".

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Mas para o também analista político, Moisés Mabunda, "não há nada a negociar com os terroristas; é uma agressão ao Estado, à racionalidade moderna, aos valores humanos e à própria vida humana".

Por seu turno, o pesquisador do Instituto de Estudos de Segurança da África, Borges Namire, considera que "existem pessoas com quem se podem iniciar eventuais contactos para se acabar com o terrorismo em Cabo Delgado, mas enquanto isso não acontece, o Estado moçambicano tem que encontrar formas de conter este fenómeno.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por violência armada, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

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