A Amnistia Internacional (AI) pede ao Governo de Moçambique para iniciar uma investigação independente e imparcial sobre a tortura e outras violações graves cometidas pelas forças de segurança em Cabo Delgado.
A AI diz que lança este apelo depois de ter analisado um conjunto de imagens captadas na região, que é, desde 2017, alvo de uma insurgência que já fez mais de 1500 mortes.
Um comunicado da AI diz que as imagens mostram, entre outros cenários, “tentativas de decapitação, tortura e possíveis execuções extrajudiciais” de alegados combatentes da oposição.
Veja Também “Estar viva é um milagre”, diz anciã que sobreviveu a um ataque de insurgentes em Cabo DelgadoNas referidas imagens, diz a AI, “as atrocidades são cometidas por soldados com uniforme das Forças Armadas de Defesa de Moçambique e da Polícia de Intervenção Rápida.”
“Em vários vídeos, os soldados referem-se aos seus prisioneiros como Al-Shabaab”, diz a AI. Al Shabab é o nome pelo qual os insurgentes são conhecidos em Cabo Delgado.
O diretor para a África Oriental e África Austral da AI, Deprose Muchena, diz que “os vídeos e fotos horríveis que analisámos são evidências das graves violações de direitos humanos e da violência chocante que tem ocorrido em Cabo Delgado, longe dos holofotes internacionais”.
“O governo de Moçambique deve agora ordenar uma investigação rápida, transparente e imparcial para trazer todos os responsáveis por tais crimes à justiça em julgamentos justos,” pede Muchena.
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