O papa Francisco chega dentro de horas aos Estados Unidos para uma visita aguardada com muita espectativa pelos católicos, mas também pela opinião pública americana.
Em ano pré-eleitoral, os dois partidos e os vários pré-candidatos presidenciais esperam o discurso que Francisco irá fazer na quinta-feira, 24, no Congresso.
Enquanto isso, os fiéis preparam-se para ver o papa e há brasileiros que chegam de várias partes dos Estados Unidos, mas também do Brasil.
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Em Cuba, onde terminou há momentos a sua primeira visita, o papa Francisco evitou fazer declarações políticas ostensivas que os dissidentes esperavam, mas usou as suas homilias para enviar mensagens sobre a espiritualidade e a necessidade de mudanças no país comunista.
O pontífice pediu aos cubanos que pensem com maior abertura e sejam tolerantes às ideias de outras pessoas.
Uma abordagem mais suave que as adoptadas pelos seus dois antecessores imediatos quando visitaram Cuba e impulsionada por um desejo de incentivar calmamente os cubanos num momento delicado após a retomada das relações diplomáticas com os Estados Unidos.
Nos Estados Unidos, quando se dirigir a deputados e senadores, depois de se encontrar com o Presidente Obama, Francisco deverá tocar questões que estão na agenda política neste ano pré-eleitoral, como mudanças climáticas, imigração, crise dos refugiados e justiça, entre outras que poderão dividir opiniões entre democratas e republicanos.
Mas entre os católicos, as atenções estão viradas para os encontros com o seu líder espiritual.
Como maior país católico da América, muitos brasileiros são esperados em Washington e em Filadélfia.
Neuza Medeiros, que lidera uma comitiva de 55 pessoas viajam de Arlington a Filadélfia, diz aguardar com muita emoção o encontro com Francisco.
“Vai ser o auge da nossa fé católica e estamos muito ansiosos por esta experiência”, explicou Medeiros.
Regina Dourado, que leu um texto ao papa João Paulo II no passado, veio de Brasília para ouvir a mensagem do papa que espera que seja de paz.
Dourado entende que “quanto mais próximos estivermos do representante de Cristo na terra, mais forte é a nossa fé, mais forte é o nosso amor, mais forte é a nossa vontade de servir”.
Francisco já é considerado por muitos como o reformador da Igreja Católica e da sua postura social.
Renilda Rosa, que viajou do Rio de Janeiro para ver o papa na Filadélfia, classifica-o como um papa de mudanças.
“Eu sou católica, mas não concordo com muitas coisas da igreja e o papa veio para fazer essas mudanças”, garante Rosa.
Entendimento semelhante tem o taxista Medeiros Bretas, que trabalha em Washington e que destaca o facto de “muitas pessoas que não são católicas estarem interessadas e ansiosas por ouvir o papa porque ele veio para fazer mudanças”.
O argentino Jorge Mario Bergoglio parece não atiçar a velha rivalidade entre brasileiros e argentinos.
Neuza Medeiros diz não ligar à nacionalidade de Francisco “porque o mais importante é a mensagem que ele transmite e o que está a fazer em prol da fé e da humanidade”.
Em jeito de brincadeira, Medeiros Bretas afirma que “pena ele ser argentino, mas é um papa que veio para marcar a história”.