Brasileiros divergem sobre decreto de armas assinado por Bolsonaro

  • Patrick Vaz

Jair Bolsonaro

Os brasileiros debatem a decisão tomada pelo presidente Jair Bolsonaro que assinou um decreto para alterar as regras sobre o uso de armas e munições.

De acordo com Bolsonaro, entre as principais medidas do decreto estão a permissão para o proprietário rural com posse de arma de fogo utilizar a arma em todo o perímetro da propriedade; quebra do monopólio da importação de armas no Brasil; permissão para colecionadores, atiradores desportivos e caçadores poderem ir de casa ao local de tiro com a arma com munição.

Your browser doesn’t support HTML5

Brasileiros divergem sobre decreto de armas assinado por Bolsonaro

Além disso, praças das Forças Armadas com dez anos ou mais de experiência terão direito ao porte de arma; direito à compra de até 50 cartuchos por ano passará para até mil cartuchos por ano.

Segundo o presidente da República, o governo foi "no limite da lei" ao editar o decreto.

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, esclareceu que o decreto assinado por Bolsonaro garante a caçadores e atiradores desportivos o direito de "transitar livremente" no país.

Your browser doesn’t support HTML5

O Clã Bolsonaro - quem são e que influência têm na política do Brasil

Em Janeiro, o presidente Jair Bolsonaro também assinou um decreto que flexibilizou a posse de armas de fogo no Brasil. Ele sempre se declarou a favor da facilitação do acesso do cidadão a armas de fogo.

"O nosso decreto não é um projeto de segurança pública. É, no nosso entendimento, algo mais importante. É um direito individual daquele que, porventura, queira ter uma arma de fogo, buscar a posse, que seja direito dele, respeitando alguns requisitos", afirmou.

Contrário à flexibilização de armas, o advogado e sociólogo, Daniel Carnaval, critica o decreto do presidente Jair Bolsonaro. Para ele, o contexto social do Brasil não favorece a medida.

“A maior circulação de armas e munições num país que já é violento contribuirá para agravar a situação no Brasil. Entendo que o tempo vai nos mostrar um cenário muito ruim”, ressaltou.

Para o advogado e presidente de um clube de tiro, Alexandre Lima, rebate críticas de que armas estimulam a violência.

“Na questão de abertura de mercado isso traz uma série de consequências positivas como do ponto de vista económico com a maior concorrência e melhores materiais. O porte da arma de fogo traz mais segurança para as entidades que circulam com essas armas. Vejo como um avanço e que já era tarde”, disse.

Após a assinatura do decreto, o senador Flávio Bolsonaro defendeu que o Congresso Nacional aprove mudanças no estatuto do desarmamento.

“Avançaremos em alguns aspectos e acaba com a insegurança jurídica. Uma série de avanços e espero que num futuro próximo nós parlamentares consigamos aprovar essa atualização do Estatuto do Desarmamento para garantir o que a população sempre quis que é o direito de se defender. O direito a vida pra nós é inegociável”, ressaltou.