A bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados quer a "renúncia imediata" do Presidente brasileiro Michel Temer e a convocação de novas eleições, após a fuga de informações das declarações feitas por executivos da construtora Odebrecht à justiça.
Uma nota enviada à imprensa ressalta que o PT vê "completa ausência de legitimidade do governo de Michel Temer".
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Os petistas reiteram que o Presidente "assumiu o cargo por meio de um golpe parlamentar e que se mostrou inepto para conduzir os rumos do país, tanto na área político-administrativa quanto na esfera económica".
A nota critica ainda a sequência de denúncias contra integrantes do Governo Temer, inclusive o próprio Presidente.
As revelações de um dos executivos da Odebrecht à justiça e que chegaram à imprensa acusam a alta cúpula do PMDB, inclusive Michel Temer, citado 43 vezes no depoimento do delator.
Uma pesquisa do Datafolha divulgada domingo, 11, aponta que 63 por cento dos brasileiros são favoráveis à renúncia de Michel Temer ainda este ano, para que se realizem eleições directas para presidente.
A pesquisa foi feita antes da fuga de informações da Odebrecht.
Essa mesma pesquisa mostra que a ex-senadora Marina Silva (Rede) lidera hoje os possíveis cenários de uam segunda volta da eleição presidencial de 2018.
O antigo Presidente Lula da Silva cresceu nas simulações da primeira volta em na comparação com o levantamento realizado em Julho pelo Datafolha, mas perderia a eleição para Marina Silva numa eventual segunda volta por uma diferença de nove pontos.
Para o cientista político Adriano Cerqueira, a situação do Gverno Temer chegou no pior momento, mas pode se beneficiar neste período de férias no Congresso Nacional.
“O Governo que já estava acuado com aquela crise, agora enfrenta esta frente à opinião pública. O Governo está desarticulado e a sorte é que esta chegando as férias no Congresso nacional. Ele espera que isso gere um tipo de tranquilidade maior. Mas o momento é muito grave, sem dúvida”, disse.
Aquele especialista acredita que é pouco provável a saída de Michel Temer da Presidência apesar da grave crise política estabelecida no Brasil.
“Para isso precisaria ter multidões nas ruas protestando e gerando aquele ambiente político para esse tipo de pressão. Também não dá tempo de se iniciar esse processo até o fim de Dezembro. Acho muito improvável, a menos que Temer tome essa decisão por alguma razão qualquer que seja. O risco do Temer hoje sem duvida é o Tribunal Superior Eleitoral, mas sabemos que ele tem direito a recorrer e pode ganhar um tempo na Presidência. A grande questão são essas denúncias dos delatores à Lava Jato. Esse é o grande elemento que gera instabilidade em qualquer jogo político que se faz”, ressaltou.
Sobre o resultado da pesquisa Datafolha divulgada para a corrida presidencial em 2018 e que mostra Marina Silva como a primeira opção dos brasileiros, Adriano Cerqueira acredita que ela pode ser beneficiada desde que não tenha envolvimento em escândalos.
“O que acontece é que quem está mais esquecido neste cenário, no caso a Marina Silva, acaba sendo beneficiada por ter o nome mais esquecido nessa atual crise. Se ela não se comprometer daqui pra frente pode ser a grande beneficiada na corrida eleitoral 2018”, concluiu.