São Paulo, a maior cidade da América do Sul, vai ter um novo presidente da câmara municipal.
Nas eleições municipais, que ocorreram no começo deste mês, o candidato João Doria, do PSDB, venceu o actual prefeito, Fernando Haddad, do PT.
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A vitória aconteceu já no primeiro turno, feito inédito na cidade desde que o sistema de duas voltas foi adoptado na Constituição brasileira, em 1988.
Após as eleições, o jornal americano Washington Post comparou João Doria ao candidato à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump.
O jornal indica que os dois são ricos e que se apresentaram nas campanhas como empresários e não como políticos tradicionais.
Além disso, João Doria ficou famoso como apresentador da versão brasileira de O Aprendiz, programa apresentado por Trump nos Estados Unidos.
As eleições municipais de São Paulo mostraram o descontentamento dos paulistanos com a política brasileira.
Para se ter uma ideia, o número de eleitores que votaram em João Doria foi menor que a soma de brancos, nulos e abstenções.
Para conquistar o eleitorado, o empresário apostou numa campanha em que se dizia diferente dos políticos e passou a se apresentar como "João, o trabalhador".
Ele também prometeu doar todo o seu salário para instituições de caridade, seguindo o exemplo de outro americano, o ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg.
Entre as promessas que Doria diz que vai implantar já a partir do ano que vem está o aumento da velocidade para carros nas marginais, as mais importantes vias da cidade, o que tem gerado debate entre setores pró e contra o plano.
Durante a gestão actual de Fernando Haddad, a velocidade de todas as avenidas de São Paulo foi reduzida, o que causou diversas críticas, mesmo com a diminuição do número de acidentes de trânsito.
Uma das principais bandeiras do novo prefeito é a redução da máquina pública.
Ele prometeu cortar secretarias e privatizar parques, centro de convenções, vias de autocarros, ciclovias e até o autódromo da cidade.
Depois de eleito, Doria já enfrentou algumas polémicas.
Uma das mais comentadas foi entrevista da futura primeira-dama da cidade, Bia Doria, a um dos principais jornais brasileiros.
Ela afirmou que pobres querem apenas um abraço e disse que a desigualdade tem que diminuir, assim ela ficaria feliz por conseguir uma arrumadeira que sabe fazer as coisas.
O próprio João Doria também foi criticado por dizer a jornalistas que espera que um dia todos os brasileiros possam usar camisa polo da grife Ralph Lauren, fazendo referência às roupas que ele próprio veste.
Apesar das gafes, João Doria já monta a equipa do governo e deve anunciar os escolhidos nos próximos dias.