Brasil: Polícia Militar limpa prédios invadidos e Bolsonaro refuta acusações

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Presidente brasileiro, Lula da Silva, visita o Palácio do Planalto depois da Polícia Militar esvaziar o prédio invadido por apoiantes do antigo Presidente Jair Bolsonaro, Brasília, 8 Janeiro 2022

Presidente Joe Biden considera de "ultrajante" invasão de bolsonaristas e parlamentares democratas pedem que antigo Presidente seja enviado ao Brasil

A Polícia Militar (PM) do Brasil recuperou o controlo do Congresso, do Palácio Presidencial e do Supremo Tribunal de Justiça na noite deste domingo, 8, cujos prédios foram invadidos no início da tarde por apoiantes do antigo Presidente Jair Bolsonaro, com pedidos de golpe.

Os prédios foram depredados, o interior foi grandemente destruído e, segundo autoridades do Governo, armas foram roubadas pelos invasores.

A PM avançou no terreno momentos depois do Presidente Lula da Silva ter decretado intervenção federal e nomeado Ricardo Garcia Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça, interventor federal, com poderes para repor a ordem em Brasília, até 31 de Janeiro.

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Brasil: Invasão de símbolos do poder

Por volta das 21 horas, Lula da Silva chegou ao Palácio do Planalto para ver os estragos, tendo visitado também o Congresso e o Supremo Tribunal de Justiça.

A Polícia Civil do Distrito Federal informou no fim da noite que 300 pessoas foram presas e estão a ser interrogadas "nos autos do inquérito que investiga todos os actos criminosos ocorridos esta tarde na Esplanada dos Ministérios".

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Bolsonaro reage

De acordo com a corporação, as prisões em flagrante foram por "tentar depor, por meio de ato de violência ou grave ameaça, o Governo legitimamente constituído".

Caso venham a ser condenadas por este crime a pena de prisão vai de 4 a 12 anos.

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No final da noite, o antigo Presidente reagiu nas redes sociais às acusações do Presidente Lula da Silva de que estaria por trás da invasão.

"Repudio as acusações, sem provas, a mim atribuídas por parte do actual chefe do Executivo do Brasil", afirmou Bolsonaro, quem escreveu: "Manifestações pacíficas, na forma da lei, fazem parte da democracia. Contudo, depredações e invasões de prédios públicos como ocorridos no dia de hoje, assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017, fogem à regra".

Na página no Twiter em que assina como "Presidente do Brasil", ele ainda disse que ao longo do mandato, "sempre estive dentro das quatro linhas da Constituição respeitando e defendendo as leis, a democracia, a transparência e a nossa sagrada liberdade".

Presidente Joe Biden e legisladores democratas criticam

Entretanto, nos Estados Unidos o Presidente Joe Biden, condenou o que chamou de “atentado à democracia e à transferência pacífica do poder no Brasil”, depois de ter considerado "ultrajante" a invasão da Praça dos Três Poderes por apoiantes de Bolsonaro.

Antes, o conselheiro de Segurança Nacional UA, Jake Sullivan, afirmara que “o Presidente Biden está acompanhando a situação de perto e nosso apoio às instituições democráticas do Brasil é inabalável. A democracia brasileira não será abalada pela violência”.

Por outro lado, quatro parlamentares democratas pediram que o antigo Presidente Jair Bolsonaro, que se encontra em Orlando, seja enviado para o Brasil.

"Ele é um homem perigoso. Deveriam mandá-lo de volta para seu país natal, o Brasil”, afirmou Joaquin Castro, membro da Câmara dos Representantes.

Numa rede social, ele disse apoiar "o Presidente Lula e o Governo democraticamente eleito no país”, acrescentando ter o apoio de outros políticos democratas.

“Terroristas domésticos e fascistas não podem usar a cartilha de Trump para minar a democracia”, concluiu Castro.

Antes, a também representande democrata por Nova Iorque, Alexandria Ocasio-Cortez, escreveu que dois anos depois do ataque ao Capitólio, “vemos fascistas tentando fazer o mesmo no Brasil”.

Ela defendeu solidariedade a Lula e que"os EUA devem parar de garantir refúgio a Bolsonaro na Flórida".

Por seu lado, Mark Takano, da Califórnia, escreveu que "os EUA e as pessoas democráticas devem apoiar os resultados da eleição brasileira", enquanto Ilhan Omar, deputada por Minnesota, disse que "as democracias de todo o mundo devem permanecer unidas para condenar este ataque à democracia".