O que vai pesar para o brasileiro na hora da escolha do voto, no próximo domingo, 5, é pergunta que acompanha o Brasil na reta final da corrida à presidência.
A última pesquisa nacional do Instituto Datafolha, publicada na sexta-feira, 26, aponta o crescimento de Dilma Roussef(PT), a queda de Marina Silva(PSB) e a leve ascensão do candidato do PSDB Aécio Neves. . No levantamento, Dilma subiu de 36% para 40% em relação à sondagem em duas semanas, enquanto Marina caiu de 33% para 27%. Aécio Neves (PSDB) subiu de 15% para 18%.
As pesquisas não mostram que as intenções de votos têm sido modificadas pelos escândalos de corrupção que surgiram durante a campanha eleitoral. Entre eles, as denúncias da revista Veja sobre uma rede de corrupção na estatal Petrobrás envolvendo políticos do PT, da base aliada ao governo e até, indiretamente, a candidata petista, Dilma Rousseff.
Já nas ruas, quando o brasileiro é perguntado sobre o que vai pesar na hora do voto as respostas têm sempre relação com a idoneidade do candidato, como afirma João Nascimento. "O critério que eu uso é que o candidato tenha o menor índice de corrupção possível e que, ao mesmo tempo, tenha propostas boas para o conjunto da população", explica.
Elizabete Fortini garante que, para ela, o que vai pesar também é a honestidade. "Pesa muito. A idoneidade dele, a honestidade, a responsabilidade. Eu acho que pesa mais honestidade, no caso do Brasil, por causa da corrupção", esclarece.
"A honestidade do candidato, pelo menos, que ele seja honesto", afirma Leonardo Dias. "A história de decência pesa muito", concorda Mário Bicalho.
Maria Amélia Avelar revela como define o voto: "O que estiver menos corrupto é o que me interessa porque está difícil. Políticos que, pelo menos, pareçam ser sérios". A brasileira Sara Araújo também diz seguir o mesmo raciocínio na escolha do candidato. "A integridade dos candidatos, o carácter deles. Está um pouco difícil encontrar isso hoje. Na hora do discurso prometem tudo, mas na hora da prática esquecem do povo".
Entretanto, para economistas, mesmo sem racionalizar o que deve pesar verdadeiramente na hora da escolha do voto é o que afecta o bolso, ou seja, os reflexos do crescimento da inflação e do baixo crescimento do país, que provocam diminuição de renda, empregos e elevação de preços.
Ainda atrás da reposta para o que deve pesar para o brasileiro no dia 5, alguns analistas, como o cientista político Eduardo Martins, acreditam que os resultados dos programas sociais podem pesar mais que outros fatores. "Uma quantidade enorme de pessoas que estavam na miséria e na pobreza deixou de estar por causa de programas sociais. Esse volume é fundamental para a redução da desigualdade. Esses indicadores melhoraram e cada um sente na pele isso, eu acho que isso pesa na hora do voto", explica Martins.
Os brasileiros vão as urnas no próximo domingo para votar para Presidente, governadores, senadores e deputados.