No Brasil, a Presidente afastada, Dilma Rousseff, voltou a afirmar, às vésperas do julgamento da sua impugnação, que não tem a menor intenção de renunciar ao mandato.
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Ela se mantém convicta de que é inocente nesse processo e que o vem ocorrendo na política brasileira é um golpe contra a democracia. Também não poupou o presidente em exercício Michel Temer ao dizer que ele é um usurpador golpista.
A presidente fez essas afirmações em entrevista ao SBT, Sistema Brasileiro de Televisão.
Dilma também afirma que existe uma campanha contra ela no país.
“Vejo a construção de uma imagem que eles querem mostrar que eu sou fria, seca e insensível de um lado. Uma pessoa dura. Lógico que eu não sou isso. É um trabalho de imagem desconstruída. Sou uma pessoa resistente, firme e que não me abato. Jamais vou ‘jogar a toalha’”, disse.
Dilma Rousseff julga que esta campanha que ela diz existir contra ela também facilitou o impeachment.
“Acho que não só tem uma campanha contra mim, mas ela inclusive facilitou o impeachment. Ela facilitou esse processo. Ela visa desconstruir minha imagem. Sou a prova viva de que há um processo de impeachment sem crime de responsabilidade”, ressaltou.
Ainda na entrevista ao SBT, a petista chamou o presidente em exercício, Michel Temer, de "usurpador golpista".
Dilma afirma que até ele sabe que ela não cometeu crime.
"Estou sendo julgada por uma coisa que eu não participei. E tem uma outra questão que são os decretos e o Plano Safra que foram feitos desde o ano 2000 pelos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Lula da Silva e também pelo meu primeiro governo. Jamais publiquei decretos de forma irregular. É claro que eu não cometi crime de responsabilidade”, ponderou.
Dilma Rousseff também não se vê abandonada pelo PT, como é dito nos bastidores da política. “Os meus amigos não se afastaram de mim. Pelo contrário, muitos se aproximaram de mim e me deram solidariedade”, comentou.
A Presidente afastada também admite que cometeu erros. “Há vários, cometi muitos erros. Inclusive não perceber que seria traída como fui. Achei que poderia fazer um ajuste rápido para que a gente pudesse sair rapidamente da crise. São imensos meus erros, mas também meus acertos como qualquer ser humano”.
A presidente Dilma Rousseff terminou a entrevista ao SBT dizendo que tem conversado muito com senadores. Ela vê a possibilidade de conseguir os 28 votos para se salvar e aposta no diálogo.
“Só se muda votos com diálogo. Tenho conversado com os senadores e tenho visto a possibilidade de mudar os votos a meu favor. Michel Temer tem mesmo que afirmar que já conseguiu os votos necessários para o meu impeachment. Faz parte da guerra psicológica adversa”, concluiu.
O julgamento final do impeachment está previsto para começar na quinta-feira.