Boris Johnson renuncia à liderança do Partido Conservador, mas mantém-se como primeiro-ministro

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Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, 6 Julho 2022

O partido vai escolher um novo líder nos próximos meses

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, renunciou nesta quinta-feira, 7, do cargo de líder do Partido Conservador, o que pode abrir caminho para a escolha de um novo primeiro-ministro depois de dezenas de ministros terem deixado o Executivo atingido por escândalos.

"É claramente a vontade do Partido Conservador que deve haver um novo líder do partido e, portanto, um novo primeiro-ministro", disse Johnson do lado de fora da 10 Downing Street, a residência oficial do Chefe do Governo.

A decisão do líder conservador surge após uma série de renúncias de ministros e cerca de meia centena de assessores em protesto contra a sua liderança, mais precisamente a nomeação de um secretário acusado de assédio sexual.

O cronograma para a eleição do novo líder do Partido Conservador será anunciado na próxima semana, disse ele, após três anos tumultuados no cargo definidos pelo Brexit, a pandemia de Covid e a controvérsia ininterrupta sobre sua reputação de falsidade.

O novo líder substituirá Johnson durante a conferência anual do partido a realizar-se início de Outubro.

Nas horas frenéticas que antecederam o anúncio de Johnson, o líder do Partido Trabalhista, na oposição, Keir Starmer saudou a saída de Johnson, dizendo, no entanto, que "uma mudança adequada de Governo" é necessária e exigiu uma moção de censura no Parlamento.

Ontem, Johnson manteve um tom desafiador e garantiu que ia permanecer no cargo mesmo depois deste e de vários outros escândalos que têm abalado o seu Executivo.

Funcionários do número 10 de Downing Street, a residência oficial do primeiro-ministro, inicialmente disseram que Johnson não sabia das alegações em torno de Pincher, mas depois reconheceram que ele havia sido informado sobre acusações anteriores contra o legislador em 2019.

Este episódio ocorre apenas algumas semanas depois de Johnson ter sobrevivido a uma moção de censura no seio do Partido Conservador depois de receber uma multa da polícia por violar as leis restritivas impostas pelo Governo para o cobate à Covid-19 ao realizar festas na 10 Downing Street.