O secretário de Estado americano pediu neste sábado, 14, a proteção dos civis na Faixa de Gaza e em Israel, ao intensificar a sua ofensiva diplomática em todo o Médio Oriente, visando uma resposta internacional para impedir a expansão da guerra Israel-Hamas.
Antony Blinken reuniu-se com o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, príncipe Faisal bin Farhan, em Riade, antes de parar nos Emirados Árabes Unidos, enquanto procurava formas de ajudar os civis presos entre os combates e enfrentar a crescente crise humanitária.
Ele também falou com o seu homólogo chinês enquanto os palestianos procuram fugir de áreas de Gaza alvo dos militares israelitas antes de uma esperada ofensiva terrestre.
Os esforços de Blinken refletem a preocupação internacional sobre o número de civis em risco e as potenciais ramificações de uma guerra prolongada, uma vez que Israel disse aos residentes de Gaza para se mudarem para sul e o Hamas instou as pessoas a permanecerem nas suas casas.
A Administração Biden não instou publicamente Israel a restringir a sua resposta após o ataque do Hamas há uma semana, mas enfatizou o compromisso do país em seguir as regras da guerra.
Nos encontros com os governantes sauditas e dos Emirados Árabes Unidos, Blinken citou a necessidade de assistência humanitária e passagem segura para aqueles que desejam deixar Gaza, enquanto falava ao público árabe a partir do seu território natal, onde os seus anfitriões colocaram essa questão no topo das suas preocupações.
Um ataque terrestre israelita agravará a situação dos civis em Gaza que não têm energia, água potável ou acesso a ajuda
Blinken também ligou para o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, para assegurar a ajuda de Pequim para evitar que a guerra se espalhasse, pedindo a Pequim que usasse toda a influência que tiver no Médio Oriente.
O porta-voz de Blinken recusou-se a caracterizar a resposta de Wang, mas disse que os Estados Unidos acreditam que Washington e Pequim têm o interesse comum na estabilidade da região.
Em Riad, Blinken e o príncipe Faisal enfatizaram a importância de minimizar os danos aos civis, enquanto Israel se prepara para uma incursão antecipada contra o Hamas, uma semana após o ataque sem precedentes do grupo radical contra Israel
“À medida que Israel prossegue o seu direito legítimo de defender o seu povo e de tentar garantir que isto nunca mais aconteça, é de vital importância que todos nós cuidemos dos civis, e estamos a trabalhar juntos para fazer exatamente isso”, assegurou Blinken.
O chefe da diplomacia acrescentou que ninguém “quer ver o sofrimento dos civis de qualquer lado, seja em Israel, seja em Gaza, seja em qualquer outro lugar”.
Por seu lado, o ministro saudita disse que o reino está comprometido com a proteção dos civis.
“É uma situação perturbadora, uma situação muito difícil, e como sabem, as principais vítimas desta situação são os civis, e as populações civis de ambos os lados estão a ser afectadas e é importante, penso eu, que todos condenemos qualquer forma de ataque a civis, em qualquer forma, a qualquer momento por qualquer pessoa”, sublinhou Faisal bin Farhan.
Uma fonte do Governo americano afirmou que Washington não pediu a Israel que retardasse ou adiasse o plano de evacuação.
A mesma fonte que pediu o anonimato disse que as discussões com os governantes israelitas enfatizaram a importância de levar em conta a segurança dos civis à medida que os militares israelitas se movimentam para fazer cumprir a exigência de evacuação.
Ainda de acordo com o mesmo funcionários os líderes israelitas reconheceram a orientação e a levaram em consideração.
Os Estados Unidos elaboraram um acordo que permitia que americanos e outros estrangeiros em Gaza cruzassem a fronteira de Rafah para o Egito, mas a passagem permanece bloqueada.
Estima-se que existam 500 americanos em Gaza, mas esse número é impreciso, disseram as autoridades.
O Departamento de Estado autorizou no sábado a saída de funcionários não emergenciais do governo dos Estados Unidos e familiares da Embaixada Americana em Jerusalém e de um escritório em Tel Aviv.
Enquanto esteve em Abu Dhabi, Antony Blinken visitou a Casa da Família Abraâmica, um complexo composto por uma igreja, uma mesquita e uma sinagoga que representa as três religiões com origem em Abraão.
Ele assinou um ladrilho com as palavras “Luz na Escuridão”.
Antony Blinken pretende regressar à Arábia Saudita e depois fazer uma escala no Egito no domingo.
O secretário de Estado americano já visitou Israel, Jordânia, Qatar e Bahrein.