Blinken, em Kinshasa, preocupado com prisão do líder da oposição da RDC

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Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken reune com presidente da RDC, Felix Tshisekedi em Kinshasa, 9 Agosto 2022

O Secretário de Estado norte-americano Antony Blinken encorajou a República Democrática do Congo (RDC) a realizar "eleições livres, justas e atempadas", ao mesmo tempo que manifestava preocupação com a detenção de um líder congolês da oposição preso logo que Blinken chegou ao país para uma breve visita.

"Vimos precisamente nas últimas 24 horas um possível revés à importância de ter o ambiente certo para as eleições e para o espaço cívico com a detenção de um líder político da oposição", disse Blinken na quarta-feira durante um evento de transparência eleitoral na capital, Kinshasa.

"Estamos a tentar obter mais factos, levantámos esta questão com os nossos colegas do governo, temos total respeito pelas leis da RDC", disse Blinken. "Mas estamos preocupados com quaisquer medidas tomadas que possam efectivamente reduzir o espaço político, especialmente à medida que o país se prepara para as eleições,"

Na terça-feira, Jean-Marc Kabund, um antigo aliado político próximo do Presidente da RDC Felix Tshisekedi, mas agora líder da oposição, foi preso.

Os seus advogados disseram que Kabund foi acusado de desrespeito pelo chefe de Estado. Kabund foi em tempos visto como uma figura de proa por detrás da ascensão de Tshisekedi ao poder. Os dois tiveram um desentendimento no início deste ano e Kabund fundou o seu próprio partido político.

No início da quarta-feira, Blinken encontrou-se com o primeiro-ministro da RDC, Jean-Michel Sama Lukonde, em Kinshasa, onde os dois "discutiram a importância de organizar e realizar eleições livres e justas como previsto em 2023", de acordo com o Departamento de Estado.

A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) planeia disponibilizar mais 10 milhões de dólares para promover a participação política pacífica e a transparência nas eleições da RDC, elevando o apoio total dos EUA às eleições congolesas para 23,75 milhões de dólares.

O Congo-Kinshasa deverá ter as suas eleições presidenciais, legislativas e para as assembleias provinciais no próximo ano.