O secretário de Estado norte-americano Antony Blinken iniciou a sua viagem a três países africanos com um aviso de que vários factores conduziram a uma "recessão" da democracia em todo o mundo.
Ao falar perante um grupo de activistas dos direitos humanos nesta quarta-feira 17, em Nairobi, Quénia, Blinken afirmou que "mesmo democracias vibrantes como o Quénia" se tornaram cada vez mais vulneráveis à desinformação, corrupção, violência política e intimidação dos eleitores.
A visita de Blinken ao Quénia faz parte de uma viagem a três nações a África que também inclui a Nigéria e o Senegal.
"Os Estados Unidos dificilmente estão imunes a este desafio", acrescentou Blinken numa aparente referência ao ataque de 6 de Janeiro na capital americana por apoiantes do então Presidente Donald Trump, numa tentativa de forçar os legisladores a anular a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais de Novembro passado.
"Vimos como a nossa própria democracia pode ser frágil", sublinhou.
O diplomata americano disse aos participantes que queria ouvir as suas perspectivas sobre os desafios democráticos e as suas ideias para os resolver, assim "como os Estados Unidos podem ser úteis" a estes esforços.
As observações de Blinken foram feitas antes das conversações com o Presidente Uhuru Kenyatta e o ministro dos Negócios Estrangeiros Raychelle Omamo.
O Departamento de Estado dos EUA disse que na agenda da visita aos três países estão as parcerias entre os seus governos com respeito a "acabar com a pandemia da Covid-19 e investir na saúde, enfrentar a crise climática, construir uma economia global mais inclusiva, e reforçar a democracia e o respeito pelos direitos humanos".
Blinken abordará também questões regionais específicas como o fim da violência na Etiópia, o combate ao terrorismo na Somália e o relançamento da transição do Sudão para um Governo civil, disse o Departamento de Estado na terça-feira, 16.
O Quénia, membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, é um actor importante em questões relacionadas com os países regionais, incluindo a Etiópia, Sudão e Somália.
A visita de Blinken ao Quénia faz parte de uma viagem a três nações a África que também inclui a Nigéria e o Senegal.
A viagem destina-se parcialmente a elevar o perfil da América como actor-chave na região, onde compete com a China.
Apesar das suas grandes contribuições em dinheiro e vacinas para conter o coronavírus e outras doenças infecciosas, os Estados Unidos têm tido pouco sucesso em ganhar influência na região.